O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, defendeu nesta quarta-feira (05) os projetos que estão no Congresso que limitam o crescimento da despesa com pessoal e estabelecem regras para o reajuste de salário mínimo. "Isso vai dar ao governo garantia de previsibilidade e de sustentabilidade para as nossas contas e também permitir que as despesas correntes cresçam menos que o PIB (Produto Interno Bruto)", disse. Ele pediu aos deputados presentes à comissão especial que examina a aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), imposto do cheque, que aprovem estes dois projetos. Para o ministro, ao conter a expansão das despesas correntes, o governo terá mais espaço para realizar investimentos.
Independentemente disso, ele reiterou a necessidade de renovação da CPMF. "Ela é fundamental para manter organizada as finanças públicas e manterá em queda a relação dívida/PIB", disse. Em sua exposição, Bernardo reiterou que o crescimento da arrecadação federal tem ocorrido devido à expansão da economia e lembrou que o único aumento de impostos realizado pelo governo foi a cobrança de PIS/Cofins de produtos importados que, segundo ele, ocorreu por demanda dos empresários brasileiros. "Fora isso, não houve aumento de carga tributária, Fizemos desonerações estimadas em R$ 30 bilhões", afirmou.
Momento econômico favorável
O ministro defendeu a aprovação da CPMF, justificando o momento favorável da economia. Durante audiência, ele fez um relato dos avanços econômicos e sociais, obtidos pelo governo Lula. E ressaltou que por conta disso existe a necessidade de aproveitar esse momento, com a prorrogação da contribuição. Segundo Paulo Bernardo, o Brasil vem crescendo há 18 trimestres consecutivos. "É a mais longa série de crescimento, desde que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) faz essas medidas trimestrais", afirmou.
Ele também destacou que economistas já apontam avanço maior da economia do que os 4,7% projetados pelo governo para este ano. Segundo o ministro, apesar dos sinais "de um pouquinho mais de inflação", todo o mercado acredita que o IPC vai fechar o ano em torno de 3,8%. "Não mais que isso".
Bernardo destacou que esse crescimento econômico vem ocorrendo com baixa taxa de inflação e sobretudo com distribuição de renda. Ele citou como ponto favorável o crescimento do comércio, da renda e da lucratividade das empresas. "A lucratividade das empresas neste momento só encontra paralelo no começo da década de 80".