O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, pretende fechar até o final desta semana o cronograma de liberação de recursos das emendas parlamentares individuais, o que pode reduzir o descontentamento dos deputados que barraram ontem as votações na Câmara. O ministro reconhece que as reivindicações dos parlamentares são “procedentes”, mas argumenta que a redução da previsão de receita, em meio à crise, tem sido um problema efetivo para a liberação de recursos.
“As reclamações procedem, mas tenho, de fato, um problema para administrar”, disse. Segundo o ministro, a diminuição das receitas deve chegar à casa dos R$ 85 bilhões este ano em relação ao estimado no Orçamento. “Estamos conversando para ver se a gente define um cronograma de liberação, mas não posso deixar de registrar que temos uma mudança muito importante no quadro fiscal”, afirmou.
Ontem, o PMDB conduziu a obstrução das votações na Câmara e anunciou a disposição de manter a paralisação até que o governo apresente o cronograma de liberação das emendas dos parlamentares previstas no Orçamento deste ano, com as datas de desembolso do dinheiro para as obras nos municípios, que são base eleitoral dos deputados. Bernardo deve se reunir hoje com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, para discutir as alternativas em estudo, mas não quis se comprometer com valores a serem liberados.