O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, acusou o Tribunal de Contas da União (TCU) de incorrer, “muitas vezes”, em “anomalia” no exercício de suas funções. “Muitas vezes, o TCU quer dizer para o Executivo o que deve ser feito. Isso não é função dele. A função dele é fiscalizar. Há uma anomalia”, declarou Bernardo, em entrevista hoje, no Palácio do Itamaraty, onde participa de reunião extraordinária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) sobre o pré-sal.
O ministro do Planejamento fez ironia em relação à atuação do TCU. “Temos que combinar com a Fifa para fazer a Copa em 2020”, disse, referindo-se à Copa Mundial de Futebol programada para 2014. “Estou falando de forma exagerada, mas não decidimos nada sobre a Copa de 2014, e já tem uma comissão no TCU (para fiscalizar). Nessa coisa toda, tem de ter um equilíbrio.” O TCU julga hoje um relatório sobre fiscalização de obras de 2009, que será enviado ao Congresso.
“Temos de fazer as coisas de forma transparente, mas não dá para ficar levantando suspeitas. Depois, nada fica provado”, reclamou Paulo Bernardo. Ele acrescentou que o tribunal divulga as suas “suspeitas” primeiro para a imprensa e somente depois as transmite ao governo: “Nós sabemos dessas coisas pelos jornais. Às vezes, tem problema. Às vezes, não tem. É preciso um esforço para acharmos um ponto de equilíbrio.”