Bernardo admite PT rachado nas eleições

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem em Curitiba que o PT tem condições de fazer uma campanha bem-sucedida para o governo do Estado, com o senador Flávio Arns como candidato. "Se tem pessoas que querem fazer campanha para o Lula e para o governador Requião, não vejo problema algum. A nossa prioridade é a reeleição de Lula. Como vamos dizer que não vamos aceitar este voto? Cabe a nós fazer uma campanha com propostas, sem xingamento e muito tranqüila", disse.

Sobre a indefinição das alianças de PDT, PSBD e PMDB, Bernardo acredita que ainda é cedo para avaliar o cenário eleitoral do Paraná. Mas, para ele, a movimentação existente hoje é uma estratégia inteligente dos adversários. "A aliança entre PSDB e PMBD reduziria o número de candidatos e o governador Requião seria beneficiado, ficaria mais forte. Mas acho que é pouco provável que o PSDB fique sem palanque no Paraná. Não vejo o Requião apoiando o Alckimin (candidato à Presidência da República pelo PSDB). É um movimento inteligente do PMDB de barrar o caminho", opina Bernardo.

O ministro também aprovou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em restabelecer as regras de verticalização empregadas nas últimas eleições. Para ele, se criaria uma insegurança muito grande caso as normas fossem alteradas a pouco tempo para as eleições. Mas toda esta situação mostra, de acordo com Bernardo, a necessidade de um reforma política profunda e estruturada.

"A decisão me pareceu sensata. É fundamental que, depois destas eleições, seja feita uma grande reforma política, que discuta a fidelização partidária, a verticalização, o financiamento de campanha, propaganda eleitoral e o tempo da TV. A reforma política terá que ser feita para valer. Não houve condição para isto devido à crise política", avalia.

O ministro disse que a decisão do TSE não muda o planejamento do PT para o processo eleitoral deste ano. A campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva será pautada pelo resultado do governo. Em nível nacional, o partido está fazendo esforços para se unir com o PC do B, PSB e o PL. "Não queremos ser beneficiados com as mudanças eleitorais, como muitos disseram. A campanha do presidente Lula será o resultado do governo, da geração de renda, da melhora da saúde e da educação. Isso é o que nos credencia para a reeleição de Lula", comenta Bernardo.

Bernardo considerou o quebra-quebra no Congresso Nacional, na terça-feira passada, um verdadeiro ato criminoso. Ele revelou que o PT vai entrar com um processo de expulsão contra o secretário nacional dos movimentos populares da Executiva Nacional do partido, Bruno Maranhão, que participou da confusão e é um dos líderes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST). "Foi um crime, um atentado contra a democracia. Não é aceitável este tipo de acontecimento. Isto está sendo tratado na instância devida, a policial. O partido vai entrar com um processo duro, porque defende a democracia", resumiu Bernardo. 

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