O vice de Heloísa Helena, Cesar Benjamin (PSOL), comemorou ontem o acréscimo de três pontos percentuais para sua chapa na pesquisa do Ibope, que agora passa a ter 11% nas intenções de voto para presidente. Benjamin afirma que o fato político novo no cenário eleitoral é que se a campanha começou com dois candidatos com potencial de vitória, no momento começa a existir mais uma opção. ?Na medida que Heloísa Helena suba nas próximas duas rodadas de pesquisa do Ibope, ficará claro que está se consolidando uma terceira via?, considera.
Para Benjamin, a subida nas pesquisas se deve à autenticidade e à simplicidade com a qual está se conduzindo a campanha da coligação Frente de Esquerda (Psol-PSTU-PCB). Ele afirma que a campanha está sendo realizada junto à população, no corpo a corpo com os eleitores. Benjamin aposta que, embora haja dificuldades, começa-se a ter o reconhecimento. Benjamin esteve ontem em Curitiba, em atividades de campanha e participou à tarde de um ato contra a guerra no Líbano, na praça Santos Andrade. No início da noite, Benjamin, que é economista, proferiu a palestra Política e Comércio Internacional – Perspectivas e Dilemas, na Universidade Federal do Paraná.
Benjamin afirma que a estratégia vai permanecer sendo a de campanha de rua, o que, para ele, é o grande diferencial da coligação. ?A nossa campanha é a única que cresceu na pesquisa. Estamos crescendo em todos os estados e recolhendo uma base de apoio que não é somente de voto da esquerda?, diz o vice de Heloísa Helena. Segundo ele, as intenções de voto vêm de variados setores da sociedade e não somente dos movimentos sociais.
Numa eventual vitória nas urnas, Benjamin afirma que o governo de Heloísa Helena acabaria com a maior parte dos cargos comissionados existentes, deixando somente cerca de 200 postos de primeiro escalão ocupados politicamente. ?O resto seriam funcionários de carreira. Assim não haveria troca e negociações de cargos por apoio no Congresso, é preciso acabar com essa relação de troca?, afirma.
Segundo o economista e candidato, além de combater ?aqueles que loteiam o Estado?, um governo da Frente de Esquerda combateria também a dominação do sistema financeiro no país. Nesse caso, ele defende, entre outras medidas, a queda na taxa de juros.
Benjamin sabe que, se vitoriosa, a coligação Frente de Esquerda não teria a maioria no Congresso Nacional. Mas, minimiza o fato. Para ele, é um erro imaginar que sempre é preciso ter a maioria no legislativo federal para governar. ?É preciso que haja um balanceamento entre poderes?, diz.