O ex-secretário de Segurança do Estado do Rio José Maria Beltrame divulgou nota na manhã deste domingo, 29, negando todo e qualquer envolvimento com o esquema de corrupção do governo de Sérgio Cabral. Em delação premiada homologada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), o economista e ex-secretário de governo do Rio Carlos Miranda acusou Beltrame de receber mesada de R$ 30 mil, segundo reportagem exclusiva publicada hoje pelo jornal O Globo. Beltrame afirmou que a acusação é “fantasiosa”.

continua após a publicidade

“É com surpresa e desgosto que recebo a informação de que meu nome foi citado numa delação premiada. O delator, pessoa que mal conheço e que corre sério risco de passar os próximos 20 anos na cadeia, afirma que minha família recebeu “mesadas” por eu estar no Governo. É tudo o que sei, e pela imprensa”, escreveu Beltrame na nota. “O denuncismo não é novidade para mim. Por dois anos fui inquilino de Paulo Roberto, assessor do então governador Sérgio Cabral. Este assessor é agora citado como o intermediário que teria recebido as tais “mesadas” em meu nome. Oportunistas de plantão – em especial o ex-governador Garotinho – usaram e abusaram dessa história do imóvel, tentando fazer de meu inquilinato uma prova contra minha honestidade.”

continua após a publicidade

Na nota, Beltrame conta ainda que já foi caluniado outras vezes, mas conseguiu se defender. “Com os recibos dos aluguéis e minhas declarações de Imposto de Renda, venci todas as ações no Judiciário, com direito a indenizações reparatórias. Nunca recebi um centavo, embora seja direito meu. Uma Justiça que ainda não veio. E agora esta história de “mesada”, fabricada por alguém que está coagido e, sabe-se lá por que, usando meu nome para jogar fumaça sobre os próprios dramas.”

continua após a publicidade

O ex-secretário de segurança disse ainda que a acusação é fantasiosa. “Venho a público me defender, pensando principalmente nas pessoas que apoiaram, ajudaram, incentivaram e que, mesmo quando divergiam, mantinham uma relação respeitosa com meu trabalho. Que a política tenha sido contaminada pela sanha da corrupção, nos resta lamentar, punir e corrigir. Mas quero me dirigir, olhos nos olhos, àquelas pessoas que confiam na minha integridade. Quero garantir a elas que esta acusação, além de fantasiosa, não tem pernas. São as únicas metáforas que encontrei para substituir o já tão desgastado ‘absurdo’.”