O secretário estadual de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, preferido pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) para ser o candidato a vice em 2014 na chapa que será encabeçada pelo atual vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB), não aceitou o convite para concorrer ao cargo, segundo Cabral afirmou nesta terça-feira, 17.
“Ele nunca se dispôs a disputar eleições na sua vida. Sempre foi um profissional da área da segurança e prefere continuar assim, servindo ao nosso governo, onde tem feito um trabalho extraordinário”, afirmou Cabral. “A gente tem que respeitar, porque há uma diferença muito grande entre ser um servidor público ocupando um cargo na administração (…) e disputar um cargo eletivo. Era um convite que havia sido feito por nós, mas ele tomou essa decisão e a gente tem que respeitar. É totalmente de foro íntimo dele”.
O governador enfrenta uma grave crise de popularidade (em manifestações nas ruas, eventos públicos e até no Rock in Rio o coro de “fora, Cabral” se repete com frequência) e considerava Beltrame capaz de reverter ou amenizar esse quadro. Responsável pelo principal projeto do governo Cabral, a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), Beltrame era o candidato ideal a vice.
Segundo Cabral, caso Pezão seja eleito, Beltrame vai continuar na pasta da Segurança. “Ele disse `olha, governador, eu continuo na Secretaria de Segurança e continuarei, sendo o Pezão o futuro governador. Não sendo o Pezão, eu deixarei a secretaria'”.
O governador também afirmou que por enquanto desconhece qualquer decisão do PT sobre deixar o governo estadual. O partido, que apoiou Cabral nos dois pleitos em que ele foi eleito governador (2006 e 2010), deve lançar em 2014 o senador Lindbergh Farias como candidato ao governo. Por isso, planeja romper com a atual administração, mas ainda não decidiu quando fará isso.
“O PT vem há sete anos contribuindo com meu governo, com excelentes secretários, excelentes equipes, e eu só tenho a agradecer. Acho que nada está decidido ainda. Respeito a ambição e o desejo de qualquer político que queira disputar a eleição. O senador Lindbergh, por exemplo, eu procurei ajudar na sua eleição ao Senado em 2010, e tenho uma relação de respeito”, afirmou Cabral, que disse ainda não ter sido procurado por nenhum representante do PT. “Estamos em ano ímpar, a eleição é em ano par, e estou muito concentrado em gestão”, concluiu o governador.