O PT começa a enxergar na guerra travada com o PSDB nos últimos dias uma ferramenta para resolver o impasse em torno dos planos do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) para a eleição de outubro. Em meio à troca de ataques com líderes tucanos, dirigentes petistas já falam em aproveitar o embate para convencer Ciro a se retirar da disputa presidencial.

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O argumento que circulava ontem nas rodas petistas era o de que bastou um único fato político – a entrevista concedida pelo senador Sérgio Guerra (PSDB) à revista “Veja” no último fim de semana – para que se instalasse de vez a polarização que tende a guiar a eleição presidencial. Com a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador José Serra (PSDB) no centro do debate, restaria pouco espaço para Ciro ganhar musculatura na corrida, argumentam dirigentes do partido.

“Ciro tem todo o direito de querer se lançar, mas o fato é que a Dilma está crescendo muito. E esta eleição já está polarizada”, afirma o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, da coordenação da campanha de Dilma.

Setores do PT e do PSB pretendem também recorrer ao exemplo eleitoral do Chile para tentar convencer Ciro a sair de cena. Lá o deputado Marco Enríquez-Ominami rachou a base governista e levou quase 20% dos votos no primeiro turno, o que prejudicou Eduardo Frei, apoiado pela presidente Michelle Bachelet, que assim como Lula tem alta popularidade. Acabou vencendo a eleição o oposicionista Sebastián Piñera.

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