Após um encontro com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, disse nesta terça-feira (4) que a base do PSDB deve ser consultada para a escolha do candidato presidencial em 2010 e condenou qualquer possibilidade de a decisão ficar restrita à cúpula do partido.
Para Cunha Lima, "o que não será admissível é cartolada", quando os dirigentes "sentam-se à mesa e ali um grupo de meia dúzia define o destino do partido". "Cartolada não, não dá. Cartolada é o que se usa na linguagem do futebol, quando os dirigentes decidem", ressaltou. "Sou adepto ao sistema de escolha, para que o partido possa, através de sua base real, sua base social, se manifestar na escolha do candidato".
Aécio, que desponta junto com o governador paulista José Serra como um dos possíveis pleiteantes à indicação de presidenciável tucano, já defendeu a realização de prévias para a escolha do candidato e tem procurado ampliar seu leque de apoios dentro e fora do partido, principalmente na região Nordeste.
Durante o encontro no Palácio das Mangabeiras, o governador paraibano convidou o colega mineiro para participar das campanhas municipais no seu Estado. "Se ele tiver condições de fazer isso em outros Estados, com certeza – dado o sucesso da gestão que ele realiza em Minas, os exemplos que ele pode trazer para os municípios dos outros Estados – será uma contribuição muito importante".
A reunião entre Aécio e Cunha Lima ocorreu no dia seguinte a uma conversa do governador mineiro com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), em São Paulo. O encontro ressuscitou as especulações de que o mineiro poderá desembarcar do ninho tucano para viabilizar sua candidatura presidencial, algo que ele tem negado tanto publicamente quanto reservadamente.
"O governador tem uma trajetória de vinculação com o PSDB, tem compromisso com o partido, não há porque ter qualquer desconfiança em relação a qualquer movimento que ele faça", observou Cunha Lima, destacando, no entanto, a "habilidade" de Aécio em construir uma rede de amplos apoios. "Nós precisaremos sempre de quadros largos e não quadros políticos estreitos. O Brasil precisa de soma e não de divisão".