Três deputados de partidos governistas oficializaram juntos suas candidaturas à presidência da Câmara para enfrentar o deputado Michel Temer, do PMDB, também aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao mesmo tempo, Temer recebeu o apoio dos oposicionistas PSDB, DEM e PPS. As duas solenidades aconteceram na manhã desta quarta-feira (17). Os candidatos Aldo Rebelo (PC do B-SP), ex-presidente da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI) e Milton Monti (PR-SP) reconheceram o objetivo de forçar um segundo turno em que um dos três dispute o comando da Casa com Temer. Questionado sobre a diferença das três candidaturas e a do peemedebista, Aldo respondeu que a de Temer “nasce das cúpulas partidárias”, enquanto as outras “buscam expressar a soberania do voto de cada parlamentar”.
Michel Temer recebeu apoio dos partidos de oposição com um discurso recheado de promessas. Propôs que, em um ano, o Legislativo vote novas propostas para reduzir a edição de Medidas Provisórias. Uma emenda constitucional neste sentido já está em votação na Câmara. Temer garantiu democracia na divisão das relatorias entre os partidos e anunciou até a intenção de criar uma Procuradoria Parlamentar Feminina, com assento no Colégio de Líderes, que é consultado pelo presidente na elaboração da pauta de votação.
“O presidente da Casa deve representar um papel que não olhe a favor ou contra o governo, não olhe oposição ou situação. A oposição, quando se opõe, quando fiscaliza, está ajudando a governar”, discursou Temer para parlamentares do PSDB, do DEM e do PPS. O PV e o PTB também formalizaram apoio ao peemedebista hoje. Temer disse não ter preocupação com o lançamento de outras três candidaturas em oposição à sua. “Isso revela que a minha candidatura é forte”, declarou. Apesar de o deputado Milton Monti estar na disputa, o candidato do PMDB ainda negocia o apoio do PR à sua candidatura.