Base do governo na AL discute formação de CPIs

As lideranças dos partidos que compõem a base de sustentação do Palácio Iguaçu se reúnem hoje com o líder do governo, deputado Angelo Vanhoni (PT), para decidir quantas e quais serão as comissões parlamentares de inquérito que serão instaladas, de fato, a partir desta semana.

Das cinco propostas, uma já está garantida: a que vai investigar denúncias de irregularidades na Copel. O líder do governo na Assembléia Legislativa, Angelo Vanhoni (PT), disse que a CPI da Copel será mais ampla e não irá se restringir à operação de compra pela empresa de R$ 186 milhões em ações da empresa telefônica de Londrina (Sercomtel) como estabelecia o requerimento apresentado pela deputada Elza Correia (PMDB). A CPI da Copel terá quatro linhas de investigação. Além da compra das ações, a CPI irá se ocupar da compra de energia da Cien (empresa carioca), das parcerias privadas da empresa e do mais recente escândado, a compra de créditos tributários irregulares.

A conversa com os líderes é para chegar a um acordo sobre a impossibilidade de funcionamento simultâneo de cinco CPIs. Se depender da liderança do governo, serão instaladas somente mais outras duas, a CPI do Banestado e a do Pedágio. “Criaríamos as outras, mas a instalação ficaria para mais tarde”, disse Vanhoni, referindo-se às propostas de CPI dos Jogos da Natureza e ParanáCidade.

No PMDB, o entendimento é outro. O deputado Nereu Moura acha que todas as cinco CPIs devem ser criadas e instaladas, sem ordem de prioridade. “Temos que fazer as cinco CPIs. Porque se não fizermos, sempre vai ficar uma dúvida sobre quem não quis e por que não quis”, argumentou Moura.

O chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, afirmou que o governo apóia quantas CPIs forem necessárias. “O governo quer trabalhar com total e absoluta transparência. Por isso, apoiamos as CPIs, que investigarão a fundo certos temas”, disse. Quintana admite, entretanto, que há uma preocupação sobre as chances de sucesso de cinco CPIs simultâneas. “Há 54 deputados e cada CPI ? um total de cinco ? será composta por sete membros. São, portanto, 35 parlamentares envolvidos. E não podemos esquecer da Mesa Executiva, que não participa. Ou seja, teremos a maioria dos deputados envolvidos. O ideal seria que se fizesse duas ou três CPIs e, tendo-as terminado, se iniciassem as outras. Assim se poderia trabalhar dentro do prazo e se chegar ao final”, afirmou o chefe da Casa Civil.

Instaladas

As 18 comissões permanentes da Assembléia Legislativa foram instaladas ontem à tarde pelo primeiro vice-presidente da Casa, deputado Natálio Stica (PT). Nesta terça-feira, os deputados vão eleger o corregedor-geral, dois corregedores- substitutos e o presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, além de cinco membros titulares, para um mandato de dois anos.

Além da CCJ, os presidentes das demais comissões permanentes da Assembléia indicados pelos partidos são as seguintes: Tadeu Veneri (PT) – Comissão de Educação, Cultura e Esportes; Ademir Bier (PMDB) – Orçamento; Mário Sérgio Bradock ( PMDB) – Segurança Pública; Dobrandino Gustavo da Silva (PMDB) – Turismo; Élio Rusch (PFL) – Finanças; Plauto Miró Guimarães (PFL) – Agricultura, Indústria e Comércio; Durval Amaral (PFL) – Direitos Humanos e Cidadania; José Maria Ferreira (PDT) – Obras Públicas, Transportes e Comunicações; Vanderlei Iensen (PDT) – Terras, Imigração e Colonização; Neivo Beraldin (PDT) – Fiscalização; Francisco Buhrer (PSDB) – Defesa do Consumidor; Ademar Traiano (PSDB) – Redação; Duílio Genari (PPB) – Tomada de Contas; Fernando Ribas Carli (PPB) -Mercosul; Waldir Leite (PPS) – Ecologia e Meio Ambiente; Luciano Ducci ( PSB) Saúde Pública; Ailton Araújo (PSDB) – Comissão de Alimentos.

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