Irritada com a demora na liberação de recursos de emendas parlamentares, a base aliada semeou um ultimato: vai congelar as votações de interesse do Planalto. Os líderes da base pretendem se reunir com o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), para avisar que nada será votado até a decisão final sobre o pagamento das emendas incluídas no Orçamento de 2009.

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O ensaio de rebelião da base chegou a ameaçar a votação das novas regras de licitação para as obras da Copa e da Olimpíada, o chamado Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC). Além disso, pôs em xeque a articulação política da presidente Dilma, sob o comando da ministra Ideli Salvatti. Os líderes governistas consideram que a solução do impasse é determinante para o sucesso ou não da coordenação comandada por Ideli.

Os aliados querem a prorrogação, pelo menos por seis meses, do decreto que cancela em 30 de junho as emendas que não forem liberadas até essa data, um estoque conhecido como “restos a pagar”, na linguagem parlamentar. Ideli passou o dia todo zanzando de um lado para o outro, com promessas dúbias.

“Levei o pleito dos líderes à presidente Dilma, mas ela está irredutível”, explicou Ideli entre um encontro com senadores e outro com deputadas. Ela almoçou na casa do líder do PMDB, ouviu cobranças dos 18 líderes dos partidos da base do governo e não conseguiu garantir a liberação do dinheiro das emendas.

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As críticas ao governo por parte dos aliados costumam ser feitas de forma reservada. No caso atual ninguém esconde a insatisfação. “É preciso liberar o dinheiro”, disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). O projeto nem chegou lá, mas ele já está preocupado com a reação de seus pares. “Se o dinheiro não for liberado a tensão só aumentará”, afirmou Vaccarezza. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.