Em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o advogado Luís Roberto Barroso afirmou que o ministro Teori Zavascki é quem vai fazer a “diferença” no julgamento dos recursos do processo do mensalão. Teori foi indicado pela presidente Dilma Rousseff para o Supremo Tribunal Federal (STF) durante o curso do julgamento do mensalão no ano passado na vaga aberta por Cezar Peluso, mas não participou da primeira etapa de análise do processo.

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Barroso argumentou que, no julgamento de recursos do processo que está cinco votos a quatro, se Teori empatar, ele que terá a “responsabilidade de desempatar”. Contudo, se Teori aderir à maioria, o voto dele não vai fazer diferença. “Se ele aderir à condição majoritária, a minha participação não fará diferença alguma em relação ao mensalão”, afirmou o advogado.

A manifestação de Barroso contraria, ainda que indiretamente, o discurso que ele adotou de que não iria se manifestar sobre questões do processo. A principal delas é sobre se é cabível o Supremo aceitar os chamados embargos infringentes. É esse recurso que poderá permitir um novo julgamento de pontos do processo cujo réu tenha recebido pelo menos quatro votos favoráveis, podendo até levar a absolvições.

O advogado disse não se sentir impedido de votar no julgamento dos recursos, mas destacou que não tem “honesta e sinceramente opinião formada” sobre os pontos pendentes do processo. Ele lembrou que é preciso decidir sobre o cabimento dos embargos infringentes e sobre réus que foram condenados em votações apertadas por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, como é o caso do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

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Barroso disse que a informação sobre esses três pontos obteve “basicamente” pela imprensa, mas disse que iria estudá-las. “(Eu) decidirei de acordo com a minha consciência e absolutamente conformado com o fato de que não poderei agradar a todos porque existem posições divergentes nesta matéria”, afirmou.