O candidato ao Senado, deputado federal Ricardo Barros (PP), negou-se a ceder o seu tempo no horário eleitoral gratuito para a candidatura de Beto Richa (PSDB) ao governo do Estado, na reta final da campanha eleitoral.

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A decisão foi assimilada pelo PSDB, mas gerou desconforto e a suspeita de que Barros está inclinado a se descolar da campanha tucana para aderir ao palanque de Dilma Rousseff IPT) à presidência da República. Ex-vice líder do governo Lula na Câmara, Barros mantém boas relações com a cúpula petista e, desde o início da campanha eleitoral, vem se sentindo o “patinho feio” da aliança com os tucanos.

Barros nega que esteja se reaproximando da base governista. Mas confirmou que não aceitou dividir seu horário com a candidatura ao governo justificando que a propaganda de rádio e televisão é parte estratégica de sua campanha, já que não dispõe da estrutura que o PSDB dispensa aos seus candidatos.

“Eu tenho uma estratégia de campanha diferenciada porque eu tenho um tratamento diferenciado no PSDB. Isto é um fato. E fato se combate com atitude”, declarou o candidato ao Senado, que está em quarto lugar nas pesquisas de intenções de votos, atrás do deputado federal Gustavo Fruet (PSDB), seu companheiro de chapa.

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Barros disse que o PSDB não “carrega” sua campanha e que teve de organizar uma estrutura paralela. “Foi a solução que achamos”, afirmou o deputado federal, que tem como um dos seus suplentes na chapa José Richa Filho, o Pepe.

Mas a participação de Pepe não foi suficiente para assegurar o envolvimento das bases do PSDB com a sua candidatura. Barros confirmou que mantém interlocução com as lideranças petistas e dos partidos aliados ao governo.

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Mas disse que esses contatos decorrem das antigas relações que, não foram cortadas, apesar de seguirem caminhos diferentes nesta eleição. “Correr separado foi uma solução acordada. Então, nossa conversa foi sempre boa e continua sendo”, desconversou.

Normal

O presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, tentou apaziguar a situação. “Foi combinado com o Ricardo que ele que iria usar o horário para se apresentar, para a candidatura dele. Então, não tem problema”, afirmou Rossoni.

O dirigente tucano disse ainda que não teme um suposto “desembarque” de Barros no palanque adversário nestes momentos finais da campanha. “Ele tem tido um bom relacionamento conosco e isso tudo não passa de mais um produto da indústria de boatos do nosso adversário”, minimizou.

Rossoni disse ainda que o PSDB concede tratamento igual a Gustavo e a Barros e creditou a tensão com o candidato do PP ao nervosismo da reta final. “Essa hora começa a apertar e é assim mesmo….”, disse.

Gustavo Fruet disse que não tem privilégio em relação a Barros. “Tenho a campanha de menor estrutura, aceitei de última hora para salvar a coligação. Tenho meu tempo de rádio e TV, participo dos eventos de campanha ao lado do Beto e do Ricardo e tenho o mesmo material gráfico que ele. Isso é privilégio?”, questionou.

Gustavo destacou que abdicou da volta à Câmara para ajudar o partido no Paraná. “Não tenho parente candidato, tinha uma reeleição encaminhada, mas aceitei a candidatura. Sem querer ser arrogante, foi um privilégio para o PSDB me ter como candidato”, desabafou.

Fruet também insinuou possível troca de lado de Ricardo Barros após a eleição. “A oposição pode ser extinta no Brasil, pois o PSDB errou. Se a Dilma vencer a eleição, terá maioria na Câmara e também poderá ter maioria no Senado, pois os partidos satélites (não citou o PP de Barros) sempre v&atilde,;o para a base do governo. É a tal da governabilidade. Daí, o PT vai poder fazer o que quiser”, disse.