Pré-candidato ao Senado, o deputado federal Ricardo Barros (PP) pediu licença do seu mandato na Câmara dos Deputados, até o dia 21 de abril do próximo ano. O segundo suplente da coligação PR-PDT-PP, Iris Simões (PR), assumiu a cadeira de Barros na Câmara ontem à tarde.

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A justificativa é que 2010 é um ano eleitoral e Barros, nos próximos meses, não terá condições de conciliar o trabalho como deputado e a presidência estadual do PP, além de cuidar da sua indicação como candidato ao Senado.

Barros informou que irá percorrer os 399 municípios do Paraná organizando o partido para as eleições de 2010 e fazendo a pré-campanha da candidatura ao Senado.

Barros disse que realizou este roteiro de reuniões nas eleições municipais do ano passado e que, agora, voltará aos municípios, para conversar com os filiados e lideranças locais sobre as alianças eleitorais de 2010 e formular o plano de governo do partido. Embora não tenha candidato ao governo, o PP irá oferecer a sua proposta para o candidato a governador que apoiar, disse Barros.

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“Minha responsabilidade como presidente do PP é estruturar e preparar o partido para crescer em todos os municípios e na sua representação parlamentar, e o cumprimento desta tarefa exige minha presença no Paraná”, afirmou o deputado.

Barros articula ainda um acordo com partidos que concordem em fazer uma coligação proporcional, lançando uma chapa única para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.

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“A candidatura ao Senado e a aliança proporcional são as nossas postulações em um acordo. Essa foi a missão que o partido me deu”, disse o presidente estadual do PP.

Barros é um dos vice-líderes do governo na Câmara dos Deputados e começou o ano discutindo uma coligação com o PT no Paraná, em torno da candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo.

No início deste segundo semestre, o PP passou a conversar também com o PSDB, para dividir o palanque de apoio à candidatura tucana ao governo. Sua mulher, a deputada estadual Cida Borghetti, está sendo cotada para ser candidata a vice-governadora se o candidato do PSDB for o prefeito de Curitiba, Beto Richa.

A dificuldade de Barros é que no PSDB já existem duas pré-candidaturas ao Senado – os deputados federais Gustavo Fruet e Alfredo Kaefer e os tucanos querem reservar uma vaga para o DEM, que tem o deputado federal Abelardo Lupion, como seu nome na disputa. Já na possível composição entre PT e PDT, Barros tem a concorrência da presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann.

Os resultados da pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, publicada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo, animaram Barros. A situação de empate técnico entre o senador Osmar Dias (PDT) e o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), acirra também a disputa por aliados, apontou Barros. “Qualquer candidato vai querer o apoio de um partido estruturado e com lideranças regionais importantes como o PP”, declarou Barros.

Problemas na Justiça

O mais novo deputado federal do Paraná, Iris Simões, é o segundo suplente da coligação formada pelo PR, PDT e PP, nas eleições de 2006. O primeiro suplente da coligação, Wilson Picler no lugar de Barbosa Neto (PDT), eleito prefeito de Londrina.

Iris e seu irmão, Carlos Simões, foram denunciados pelo Ministério Público Eleitoral por uso indevido dos meios de comunicação e por doações que caracterizariam compra de votos na campanha eleitoral de 2006. Os irmãos entraram com recurso e conseguiram disputar a eleição.

Como Iris não se elegeu para a Câmara dos Deputados, o MPE ingressou com nova ação apenas contra Carlos. Em maio do ano passado, Carlos perdeu o mandato de deputado estadual, por decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE).