Barros pode ser vice-líder do governo Lula

Depois de ter sido vice-líder do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) por quatro anos na Câmara dos Deputados, o deputado federal paranaense Ricardo Barros (PP) poderá ocupar a mesma função no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Barros disse ontem que responde, até o final da semana, ao convite para assumir uma das cinco vice-lideranças do governo feito pelo líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE).  

O presidente nacional do PP, deputado Nélio Dias (RN), pediu a Barros que representasse o partido na coalizão. Barros e o deputado Luiz Carlos Heinze (RS) são os únicos entre os 42 eleitos pelo partido que se alinham à oposição ao governo Lula. Barros apoiou o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa à presidência da República no ano passado e pediu um tempo para pensar se deve e pode ser vice-líder do governo Lula. ?Pedi um tempo para costurar um ambiente de diálogo e conversar com minhas bases?, justificou o deputado.

Ele disse que o primeiro passo é discutir o alinhamento ao partido, para depois saber se pode representar a maioria na coalizão. Barros lembrou que no primeiro mandato de Lula, o PP também era governista e ele de oposição. Mas a correlação de forças internas era distinta. ?Como éramos muito, o partido deu espaço político para a nossa atuação. Agora, como somos poucos, o partido quer todo mundo alinhado. E para cumprir uma missão partidária, tenho que me alinhar ao partido?, comentou.

Em 2002, o PP elegeu 43 deputados. Destes, 16 eram de oposição. Agora, a situação para Barros foi alterada. ?O meu partido é base do governo e eu tenho que decidir sobre essa situação?, comentou.

Primeiro passo

A primeira resistência para entrar no bloco governista Barros quebrou quando votou no candidato do PT à presidência da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, na eleição realizada em fevereiro. ?Era o Chinaglia contra o Aldo. O Gustavo (deputado federal paranaense tucano Gustavo Fruet) entrou muito na última hora?, justificou.

Barros disse que a abertura do diálogo com as forças governistas atuais e com os aliados antigos não é um processo fácil e rápido. Afinal, nos oito anos de mandato de FHC, além de vice-líder, por oito meses ele também foi líder do governo tucano no Congresso Nacional. ?Eu estou ponderando tudo isso com as lideranças que me apóiam e é preciso construir o diálogo tanto com a oposição como com o governo?, comentou. O PP participa do governo com Marcio Fortes de Almeida para o ministério das Cidades no governo Lula. 

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