O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, admitiu hoje que o órgão investiga supostas contas financeiras no exterior que aparecem num dossiê contra o vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO). Barreto afirmou, porém, que, na apuração em curso no ministério, o nome de Perillo não aparece entre os alvos. O ministro disse que o Ministério da Justiça, por meio do Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI), tem auxiliado o Ministério Público de Goiás na investigação.

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Embora tenha dito que o nome de Perillo não figura entre os alvos, Barreto afirmou que, se no futuro aparecer alguma informação relacionada ao senador, a investigação prosseguirá. “O governo não protege amigos nem persegue inimigos”, disse. “Nós prestamos os esclarecimentos pedidos pelo Ministério Público, como fazemos sempre por dever de ofício, independente da filiação da pessoa investigada”, explicou. Perillo nega possuir contas no exterior.

Nesse tipo de caso, explicou Barreto, o Ministério da Justiça “trabalha de maneira neutra” para atender solicitações tanto do Poder Judiciário quanto do Ministério Público e da polícia. “O ministério recebeu um pedido do Ministério Público de Goiás e está processando esse pedido normalmente. O pedido não cita especificamente o senador Marconi Perillo e o ministério, repito, não trabalha com dossiês, não trabalha com informações políticas”.

Na terça-feira, o Estado revelou que a investigação teve início no DRCI em 12 de março. O processo tem por objetivo mapear a existência de supostas contas de Perillo nos Estados Unidos, na Suíça e em paraísos fiscais do Caribe. Embora o nome de Perillo não apareça no procedimento, as contas citadas na investigação são as mesmas que figuram num dossiê contra o senador tucano.

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Antes do início da apuração, o assunto chegou a ser discutido no Palácio do Planalto, num encontro do líder do PR na Câmara, Sandro Mabel (GO), com Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Perillo tornou-se um dos maiores desafetos de Lula após o escândalo do mensalão, em 2005. Numa das supostas contas relacionadas no dossiê, a movimentação teria atingido a cifra de US$ 3,5 milhões.