Barbosa surpreendeu até funcionários de seu gabinete

A renúncia do cargo de presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ministro Joaquim Barbosa, comunicada por ele nesta quinta-feira, tomou de surpresa até mesmo os funcionários de seu gabinete. A pedido de Barbosa, sua equipe agendou audiências com a presidente Dilma Rousseff e os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). A expectativa era de que ele aproveitasse os encontros para fortalecer o relacionamento institucional. Apenas quando estava no carro oficial a caminho do Palácio do Planalto para se encontrar com Dilma foi que Barbosa comunicou a seu chefe de gabinete e motorista que deixaria a Corte Suprema, conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

A aposentadoria antes dos 70 anos, limite de idade para integrar o colegiado do Supremo, era esperada desde que o ministro passou por uma cirurgia na coluna em 2013, na Alemanha. Mas a expectativa era de que ele cumprisse o mandato de presidente até novembro, quando deveria transmitir o cargo para o ministro Ricardo Lewandowski, seu principal oponente durante o julgamento do mensalão – há nos bastidores um burburinho de que Barbosa antecipou a saída justamente para não se subordinar a Lewandowski.

Barbosa manteve o tom de que antecipou a aposentadoria alegando que a decisão se devia a questões pessoais e ao exercício do “livre arbítrio”. Pessoas próximas, contudo, dão conta de que o ministro não suporta mais as dores nas costas e esse foi o motivo real de sua renúncia.

Barbosa teria dito que está com 59 anos e doente e quer aproveitar a vida. Esse foi o tom da conversa de despedida que promoveu em seu gabinete após deixar a tribuna do STF, onde comunicou seu afastamento. O ministro chamou os funcionários em sua sala para agradecer o trabalho da equipe, que pediu para tirar fotos ao lado dele.

Em um momento de rara descontração, na tarde de hoje, ao conversar com a imprensa sobre a saída da Corte, Barbosa disse que pretende aproveitar os últimos momentos para assistir aos jogos da Copa do Mundo. Conforme apurou o Broadcast, ele conseguiu comprar ingressos para a partida entre Portugal e Gana, no dia 26 de junho – a partida ocorrerá na sua última semana como ministro do Supremo. O jogo será no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, onde o ministro busca um apartamento para se dividir entre a capital federal e o Rio de Janeiro.

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