Há três dias da eleição suplementar em segundo turno em Londrina, o deputado estadual Antonio Belinati (PP), que venceu as eleições municipais no ano passado, mas teve o registro de candidatura cassado pela Justiça Eleitoral, declarou, ontem, apoio ao candidato Barbosa Neto (PDT), que disputa a nova eleição contra Luiz Carlos Hauly (PSDB).
Belinati, que tinha se declarado neutro na disputa, apesar de o presidente estadual do PP, deputado federal Ricardo Barros, estar coordenando a campanha de Barbosa, voltou atrás e participou, ontem, dos compromissos de campanha do candidato do PDT, retribuindo o apoio decisivo para derrotar Hauly nas urnas no segundo turno do ano passado.
Belinati participou de comícios e gravou para o horário eleitoral de Barbosa. Na última semana surgiram panfletos e adesivos recomendando o voto nulo aos eleitores de Belinati.
Líder na única pesquisa autorizada pela Justiça Eleitoral nesta nova eleição, Barbosa Neto pode estar recebendo o impulso que faltava para garantir a vitória. Para Hauly, que faz campanha com o discurso da ética e da dignidade, resta tentar associar o nome do adversário às irregularidades cometidas por Belinati para tentar reverter o quadro.
“Para mim, principalmente em eleição para prefeito, apoio não vale nada. O Barbosa vai ganhar domingo, mas por méritos dele. Sem essa de achar que meu apoio será determinante”, declarou.
Apesar do apoio ao candidato do PDT, Belinati segue acreditando da reversão de sua cassação através de recurso que tramita no Supremo Tribunal Federal. “Dei o apoio como retribuição e reconhecimento, mas o Barbosa sabe que sigo lutando para ter minha eleição legitimada.”
Após a publicação da cassação, Belinati apresentou Recurso Especial no Tribunal Superior Eleitoral. O recurso deverá ser encaminhado para julgamento no STF. Se o supremo reverter a decisão, derrubando a inelegibilidade de Belinati, o pepista pode ser diplomado prefeito de Londrina.
Como os dois candidatos na eleição suplementar são deputados federais, o vencedor terá de renunciar o mandato na Câmara para assumir a prefeitura. Se Belinati reverter a decisão, o vencedor do próximo domingo poderá ficar sem mandato. Tramita no STF pedido do PSOL para que a eleição seja suspensa até o julgamento do recurso de Belinati.
