O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, e o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, defenderam hoje em reunião com senadores do bloco de apoio ao governo, capitaneado pelo PT, o reajuste do salário mínimo por decreto até 2015, conforme está previsto no projeto que deve ser votado amanhã.

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O projeto fixa o mínimo em 2011 em R$ 545,00 e determina que até 2015 os valores serão fixados com base na inflação do ano anterior mais o crescimento econômico de dois anos antes. Nestes anos, o Congresso não voltaria a discutir o tema e o reajuste seria feito por decreto.

Um dos argumentos usados pelos governistas é que, aprovada a lei, não há problema em cumpri-la por decreto ou outro instrumento. Barbosa e Luiz Sérgio lembraram que, no caso de aposentadorias e pensões acima do mínimo, o reajuste já é fixado anualmente por portaria da Previdência Social.

“Quando colocamos o decreto é pela importância do salário mínimo para sacramentar a política de longo prazo. Eu não sou advogado, mas, pelo que os especialistas disseram, nem isso precisava. Poderia ser feito até por portaria”, afirmou Barbosa.

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Outro questionamento levado pelos membros do governo foi de rebater a proposta do PSDB de reajuste de R$ 600,00. Eles indagaram qual seria a política de longo prazo caso a proposta tucana fosse aprovada. “Qual a proposta dos que defendem os R$ 600,00? Eles falam em um valor só para um ano, mas o que se faz até 2015?”, disse Luiz Sérgio.

Sobre a outra proposta em debate, de R$ 560,00, Barbosa destacou que o custo seria de R$ 4,5 bilhões neste ano. O secretário-executivo afirmou que não seria bom fugir das regras da política em 2011 para não gerar incertezas. Ele ressaltou que o governo fará cortes de gastos e está tentando trazer a economia para o patamar pré-crise em termos de receita e despesa.

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Luiz Sérgio afirmou ainda que não se deve se prender a números e destacou que, pela política, o mínimo deve chegar a R$ 616,00 no próximo ano. Ele reafirmou que o governo vai encaminhar uma proposta para a correção da tabela do Imposto de Renda.