Após mais de três horas de audiência pública, acabou na tarde desta quinta-feira, 31, a sessão da comissão especial do impeachment com as oitivas em defesa da presidente Dilma Rousseff. O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, deixou a Câmara sem responder às questões dos parlamentares e sem falar com os jornalistas.

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A sessão foi encerrada devido ao início da ordem do dia. Deputados de oposição chegaram a mencionar na sessão o grampo telefônico onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversa com Barbosa e pede sua interferência na Receita Federal. Contrariados com a insistência do ministro de que não houve crime de responsabilidade da presidente da República, os oposicionistas chamaram as “pedaladas fiscais” de “fraude fiscal”.

O debate de hoje foi acalorado, mas não tão tenso como o de ontem, quando vieram os juristas Janaina Paschoal e Miguel Reale Júnior, autores do pedido de impeachment. “Era natural que ontem fosse com mais nitroglicerina”, comentou o relator Jovair Arantes (PTB-GO). O relator considerou as participações de hoje “úteis” para a produção do parecer, que já está sendo elaborado. Ele aguarda apenas a entrega da defesa de Dilma, cujo prazo vencerá na próxima segunda-feira.

Os governistas passaram a reunião elogiando a explanação de Barbosa e do professor de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Ricardo Lodi Ribeiro. “Os expositores se ativeram a denúncia. Os de ontem foram absolutamente incompetentes do ponto de vista jurídico”, disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). O vice-líder do governo, deputado Silvio Costa (PTdoB-PE), sugeriu que todos os presidentes que praticaram as pedaladas fossem cassados, uma vez que o ministro ressaltou que a prática aconteceu também em governos anteriores. “Quem inventou pedalada foi FHC, tem que cassar todos os presidentes”, declarou.

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