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Banco Santander afirma que Dilma “piora” economia

Um informe distribuído pelo banco Santander nos extratos de julho para clientes de renda acima de R$ 10 mil mensais apontava para o risco de deterioração da economia, com queda da bolsa, alta de juros e desvalorização cambial, caso a presidente Dilma Rousseff se estabilizasse na liderança das pesquisas de intenção de voto. O comunicado incomodou integrantes da campanha à reeleição e levou a instituição financeira a se retratar publicamente.

No mercado financeiro, tem sido comum entre os analistas do setor financeiro a previsão de um cenário pessimista para a economia caso a presidente seja reeleita, mas é a primeira vez que um banco expõe essa avaliação a seus clientes. A cada divulgação de eleitoral, as reações nos mercados tendem a ser inversas às intenções de voto da presidente: quando Dilma sobe, os índices como o da Bovespa tendem a cair, e vice-versa.

“Se a presidente se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas, um cenário de reversão pode surgir”, diz o texto revelado ontem pelo site UOL e enviado a clientes da categoria Select (0,18% da carteira, segundo o banco). “O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice da Bovespa cairia (…) Esse último cenário estaria mais de acordo com a deterioração de nossos fundamentos macroeconômicos.”

O Santander pediu desculpas públicas, mas parte dos gerentes nas agências Select mantinha ontem a análise de piora no cenário econômico em caso de reeleição do governo. Um deles, ao conversar com a reportagem como se estivesse falando com uma cliente – e por esse motivo, não será identificado – corroborou o teor do informe incluído nos extratos, mas ressalvou que o banco não pode declarar voto ou se manifestar por esse ou aquele partido.

Há 12 anos

Não foi a primeira vez que o Santander – banco espanhol que tem sua maior operação mundial no Brasil, onde lucrou em 2013 quase R$ 6 bilhões -, se colocou em saia justa política no País. Em 2002, um analista com base em Nova York recomendou que os investidores vendessem títulos brasileiros. Naquele ano, o então candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva tinha perspectivas reais de chegar ao Planalto.

Após as eleições, o presidente mundial do banco, Emílio Botin, se reuniu com Lula e saiu do encontro se mostrando otimista com o País e declarando que o analista que fez a recomendação tinha sido demitido. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

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