Informados de que o senador Aloizio Mercadante (SP) colocou o cargo de líder do PT à disposição do partido, senadores petistas pediram a palavra em plenário para declarar apoio ao correligionário. O senador Flávio Arns (PR), primeiro parlamentar a se pronunciar sobre o assunto, elogiou a postura do líder, e disse que a bancada apoia todas as suas decisões.
Mais cedo, Mercadante disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não indicaria os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Roberto Cavalcanti (PRB-PB) para as vagas da base aliada abertas no Conselho de Ética e afirmou que, se fosse obrigado a fazê-lo, colocaria o cargo à disposição. “Eu me recuso a fazer esse tipo de coisa. Se for para fazer, que seja com outro líder e eu coloco meu cargo à disposição”, disse. Se Mercadante aceitasse as indicações, os dois senadores poderiam votar pelo arquivamento das denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O líder petista disse, por mais de uma vez, que é contra o arquivamento de todas as ações apresentadas contra Sarney.
“A bancada do PT tem de ter um posicionamento absolutamente, completamente claro, como já teve na elaboração de uma nota pública, em que se manifestou pelo afastamento do presidente Sarney e pela completa investigação de todos os fatos”, disse Arns. “Eu disse e repito hoje que ele tem sido fiel àquilo que a bancada decidiu, correto, fiel, competente, ético, dedicado e não vai ser qualquer tipo de pressão. Porque se nós nos curvarmos diante de uma pressão, é aquilo que o senador Pedro Simon (PMDB-RS) falou hoje à tarde: será o suicídio do próprio partido que estará completamente em falta de sintonia com aquilo que a sociedade exija que aconteça nesse momento”, continuou o senador.
“Em meu nome, Augusto Botelho, senador por Roraima, quero prestar apoio ao senador Aloizio Mercadante. Em nenhum momento o vi fracassar ou, pelo menos, hesitar em relação aos problemas éticos dentro das reuniões da nossa bancada”, disse o senador Augusto Botelho (PT-RR), em seguida. “A posição que nós recomendamos ao senador José Sarney é de que se licencie do cargo. Inclusive, é a sugestão que formulo: que, amanhã, antes mesmo da votação dos recursos, possa o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ouvir o presidente José Sarney. Que ele dirima toda e qualquer dúvida a respeito do conteúdo das representações antes de votarmos os recursos”, concluiu o petista Eduardo Suplicy (SP).