A bancada de deputados do PP costura com demais partidos do “centrão” um acordo para manter o presidente em exercício da Câmara, o correligionário Waldir Maranhão (MA), após o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato de deputado e do comando da Casa determinado nessa quinta-feira, 5, pelo Supremo Tribunal Federal.
A intenção é manter Maranhão, 1º vice-presidente da Câmara, no cargo durante um eventual governo Michel Temer até o fim de janeiro de 2017, quando acaba o mandato dos integrantes da Mesa Diretora da Casa. O líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), tem articulado um “cordão de isolamento” com o apoio de outras lideranças partidárias para ajudar o presidente interino a ter sustentação política para se manter no cargo.
O PP rejeita uma articulação de aliados de Cunha e de partidos atualmente na oposição à presidente Dilma Rousseff – PSDB, DEM, PPS e PSB – para forçar a renúncia de Maranhão do comando interino da Casa, iniciativa que levaria à realização de novas eleições para o cargo.
Na quinta à noite, integrantes do PP da Câmara estiveram na casa do presidente interino a fim de prestar apoio e reafirmar que são favoráveis à permanência dele no cargo.
Presente ao encontro, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) – cotado para assumir um ministério na eventual gestão Temer – foi um dos porta-vozes do recado de que a bancada está com Maranhão. Ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Barros disse que o presidente interino da Câmara terá o “apoiamento integral” do partido para que ele exerça todas as prerrogativas da Câmara.
Questionado se haveria espaço para Maranhão renunciar ao cargo, medida que poderia levar a novas eleições, o deputado do PP pelo Paraná foi taxativo: “(Essa saída) não está prevista em nenhuma norma”.