Em nota à imprensa, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), nega a existência do chamado mensalão mineiro e afirma que a ação contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF) “será oportunidade para que seja comprovada minha correção como agente público.”

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Por 5 votos a 3, o STF abriu ação penal contra Azeredo, proposta pelo Ministério Público Federal (MPF). A partir de agora, o senador tucano é réu e será julgado por suspeita de envolvimento em crimes de peculato e lavagem de dinheiro. De acordo com a acusação, Azeredo teria participado de um esquema de desvio de recursos públicos e de caixa dois na campanha de 1998, quando tentou se reeleger governador de Minas Gerais e perdeu a disputa para Itamar Franco.

“Nunca houve ‘mensalão’ em Minas Gerais”, afirma o senador. Ele argumenta que não era sua a responsabilidade pelas finanças da campanha eleitoral de 1998, porque delegou essa função.

Azeredo afirma também, na nota, que é “lastimável” que a investigação e a denúncia “tenham se baseado em falsa documentação, fabricada por um lobista que responde a diversos processos, inclusive, por falsificação de documentos”. O documento a que o senador se refere é um recibo que comprovaria o recebimento, por ele, de R$ 4,5 milhões do empresário Marcos Valério.

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Segue a íntegra da nota:

“A ação no Supremo Tribunal Federal será oportunidade para que seja comprovada minha correção como agente público. Ao longo do processo que se inicia, poderei reapresentar minha defesa, confiando no trabalho isento e técnico dos ministros daquela Corte. Neste momento, é imperativo reafirmar:

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1) Nunca houve ‘mensalão’ em Minas Gerais. As questões financeiras envolvendo a campanha eleitoral de 1998 não foram de minha responsabilidade. Uma campanha eleitoral, em um Estado com 853 municípios, exige delegação de funções – o que foi feito.

2) O patrocínio de que vai tratar a ação se refere a três eventos – Enduro da Independência, Iron Biker e Super Cross. Vale relembrar que Bemge, Comig e Copasa tinham autonomia financeira e foi delas a opção de destinar cotas de patrocínio aos eventos realizados pela SMP&B Comunicação Ltda – detentora legal da exclusividade dos eventos.

3) Os empréstimos feitos pela SMP&B junto ao Banco Rural não tiveram meu conhecimento ou autorização. Também não contaram com minha assinatura ou aval.

É lastimável que a investigação e a denúncia tenham se baseado em falsa documentação, fabricada por um lobista que responde a diversos processos, inclusive por falsificação de documentos. É deste lobista a autoria de suposto recibo. E tendo em vista o destaque dado a este documento, laudo pericial comprovando sua total falsidade já foi apresentado pela defesa, como mais uma prova de minha lisura na condução dessa questão.

Conforme os ministros apontaram, trata-se do início de um processo, não configurando condenação. A diferença foi de apenas dois votos – 5 a 3 -, além da ausência de outros três ministros. E como afirmaram Gilmar Mendes, presidente do STF, Dias Toffoli e Eros Grau, a denúncia não apresentou provas que justificassem a abertura desta ação.

Senador Eduardo Azeredo.”