O ex-diretor-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini reafirmou à CPI da Petrobras que foram pagos R$ 110 milhões em propina para os diretores das áreas de Abastecimento e Serviços da estatal. Os recursos eram encaminhados aos operadores Júlio Camargo e Alberto Youssef, que se encarregavam da destinação final aos partidos políticos. “Pagamos propina, mas não como doação eleitoral”, afirmou.

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O ex-diretor-presidente disse que não tinha relacionamentos políticos e que não conhece os políticos envolvidos na Operação Lava Jato. Seu contato era com os operadores e com empreiteiros como Ricardo Pessoa (UTC), com quem conversava sobre o cartel das empresas que prestavam serviços à Petrobras. “Pelo sistema de cadastro da Petrobras, sabíamos quais eram as empresas convidadas”, completou.

Em vários momentos, Avancini se disse arrependido de ter participado do esquema e de não ter denunciado a situação. Segundo ele, havia um entendimento de que o esquema era uma “regra” e que era algo normal.

O executivo afirmou que projetos básicos ruins na estatal abriam brechas para a corrupção. “Isso causa fragilidade no processo como um todo”, declarou.

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