pegando fogo

Autoridades criticam repercussão da morte de Marielle Franco

Parlamentares paranaenses comentaram a repercussão da morte da vereadora. Fotos: Albari Rosa e Daniel Caron
Parlamentares paranaenses comentaram a repercussão da morte da vereadora. Fotos: Albari Rosa e Daniel Caron

Os comentários a respeito do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSol) na internet vão de cobranças pela punição aos culpados até afirmações de que a parlamentar mereceu morrer por defender bandidos. No Paraná, autoridades policiais e políticos mais à direita relativizaram o caso e criticaram a comoção e a repercussão – inclusive internacional − da execução da vereadora.

Comandante do 5º Comando Regional da PM, em Cascavel, o tenente-coronel Washington Lee Abe divulgou uma carta (leia abaixo) em que critica Marielle por ser homossexual e promotora dos direitos humanos e também o alarde feito por causa da morte dela. No texto, reproduzido pelo portal UOL, o militar ainda debocha de acusações de que a polícia mata mais negros e pobres e ataca insinuações de que os assassinos da vereadora seriam policiais.

“E quando morrermos em combate, tentando salvar uma vida inocente que clama pela nossa presença, vamos aguardar pacientemente os políticos, a imprensa, autoridades que estão fazendo todo esse alarde pela morte dessa “pessoa” intitulada vereadora, promotora dos direitos humanos, mãe, homossexual (como ela mesma se apresenta) fazerem também o mesmo alarde exigindo respostas rápidas e firmes das autoridades?”, indaga na carta.

Já entre os políticos, o vereador Cristiano Santos (PV), de Curitiba, escreveu no Twitter: “Nada justifica uma execução covarde, mas dando uma pesquisada na trajetória da vereadora, cria da Maré, percebo que ela defendia traficantes e fankeiros (sic) que incitam a violência e o trato da mulher como objeto”.

Também no Twitter, o deputado estadual Stephanes Jr. (PSB) disse ter nojo “dessa turma” do PSol. “Qualquer assassinato tem que ser punido. Mas acho injusta a notoriedade do que aconteceu com a militante do PSol. Foi morta por arma de uso da PF, que só os bandidos têm. Ela os defendia como sendo vítimas da sociedade. Pelas imagens conseguidas, são bandidos que atiraram. Lembrando que o PSol é o PT piorado. Ideias atrasadas, defendem tudo que deu errado no mundo; além de bandidos, como se fossem vítimas da sociedade. Combatem as polícias e a intervenção no Rio. Que nojo dessa turma.”

Leia na íntegra a carta do tenente-coronel Washington Lee Abe:

“Por que o mundo inteiro respeita a Polícia? Por que o mundo inteiro precisa da Polícia? Não existe governo, não existe Judiciário em nenhum lugar do mundo sem uma polícia. Por que tanta tentativa de transformar essa vereadora em mártir? Ela representa o povo? Que povo? Qual segmento do povo? Do cidadão de bem?.

A Polícia Militar, responsável pela morte de negros e pobres na ordem de 30% no País (segundo a vereadora) é morta por quem? Pelo cidadão de bem? Nós, PM, saímos pelas ruas escolhendo 30% de negros e pobres para matar (hahaha). Quando atingimos a nossa quota diária, vamos completar nossa meta matando brancos, asiáticos e tudo o mais que aparecer na nossa frente. É assim que funciona?

E quando morrermos em combate, tentando salvar uma vida inocente que clama pela nossa presença, vamos aguardar pacientemente os políticos, a imprensa, autoridades que estão fazendo todo esse alarde pela morte dessa “pessoa” intitulada vereadora, promotora dos direitos humanos, mãe, homossexual (como ela mesma se apresenta) fazerem também o mesmo alarde exigindo respostas rápidas e firmes das autoridades? O mais incrível é declararem em coro que os matadores “sabiam atirar”, insinuando serem Policiais.

Nós, Policiais, temos uma missão muito maior do que essa mesquinharia. Somos muito mais do que “isso”. Somos a Polícia!”

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