Organizações da sociedade civil preocupadas com a melhoria do sistema político e eleitoral do País consideram abominável a decisão de alguns candidatos de não participar de debates em época de campanha. Para eles, essa atitude contraria o espírito democrático da eleição. Para a vice-diretora do Movimento Voto Consciente, Rosângela Giembinsky, a recusa cada vez mais frequentes aos convites para debates confirmam o crescente predomínio dos marqueteiros nas campanhas. “É uma atitude abominável”, diz.
Ainda segundo Rosângela, o debate é real e direto e expõe o candidato de maneira ampla, com sua história de vida e seu pensamento. “Ele corre riscos, sem dúvidas, mas é o debate que permite ao cidadão avaliar melhor cada um dos pretendentes ao cargo”, afirma.
“Ir para o debate é o mínimo que se espera de um candidato. Quando alguém se recusa, deixa de cumprir um serviço importantíssimo, que é ajudar o eleitor a votar de maneira responsável”, diz Gilberto Palma, diretor do Instituto Ágora, organização voltada para a educação política e o acompanhamento de parlamentares em assembleias legislativas e câmaras municipais.