O vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, afirmou nesta segunda-feira que o aumento da bancada do partido no Senado “faz um equilíbrio” na disputa com o PT e outros partidos da base aliada por espaços dentro do governo. Temer participou de convenção extraordinária da legenda em Belo Horizonte para oficializar a filiação do senador Clésio Andrade (MG) ao partido. Com Clésio, o PMDB passa a ter 19 senadores, a maior bancada da Casa, seguida pelo PT, que tem 13 parlamentares.

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O vice-presidente negou que a presença de várias lideranças nacionais do partido no evento tivesse o objetivo de demonstrar força e salientou que, apesar do crescimento do peso do PMDB no Senado, “o governo fica muito feliz quando os partidos da base aliada aumentam”. Para Temer, a derrota do Executivo no Senado que levou o governo a trocar as lideranças no Congresso e as reclamações relativas a cobranças por cargos e liberação de verbas que têm marcado a base aliada “são naturais, especialmente num ano eleitoral”.

Mas, segundo ele, o relacionamento do partido com o Palácio do Planalto tem sido “o melhor possível” e não foi criada nenhuma crise “fruto de eventual reclamação”. “Nem crise política, porque o governo tem uma ampla base de sustentação, nem crise administrativa, mesmo quando saem ministros nomeia-se outro e a vida continua. E evidentemente não se cogita crise institucional”, salientou. Mas assumiu que ainda será preciso “muito diálogo” antes de o governo colocar em votação projetos importantes como a lei Geral da Copa e o Código Florestal.

As declarações são semelhantes à do presidente em exercício do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), e de outros nomes de destaque da legenda, como o líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), que participaram do evento. Segundo os peemedebistas, a própria presença de várias lideranças nacionais do partido na cerimônia – seis senadores, além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e vários deputados federais – seria uma prestígio não só a Clésio Andrade, mas a Minas, o “Estado mais político do Brasil”, segundo Raupp.

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No entanto, os termos “força” e “união” da legenda estiveram presentes em praticamente todos os discursos proferidos no plenário da Assembleia Legislativa de Minas e transmitidos para o saguão onde estavam centenas de prefeitos, vereadores e militantes do partido. “O PMDB sai de Belo Horizonte mais forte do que chegou”, declarou Valdir Raupp, que fez questão de enumerar todos os cargos eletivos que o partido tem no País. “É muito importante o partido unido, não só para ganhar eleições”, sustentou Calheiros, para quem o PMDB tem que “retomar o protagonismo” no cenário político nacional.

Apesar de negar qualquer crise entre o governo e a legenda, o presidente peemedebista também confirmou que o partido vai lançar candidatos em “pelo menos” 22 capitais, inclusive para disputar contra candidatos ou alianças com a participação do PT, como deve ocorrer em São Paulo e Belo Horizonte. “Um partido que se preze tem que ter nomes, lançar nomes e tentar fazer o maior número possível de prefeitos. O PMDB está nessa cruzada desde o ano passado e vai continuar esse ano para lançar o maior número de candidatos possíveis”, disse. “No PMDB nós temos um candidato, que é o Gabriel Chalita. Já lançado e fazendo todos os contatos para o lançamento final”, concordou Michel Temer, referindo-se ao deputado federal que deve disputar a Prefeitura paulistana inclusive contra o petista Fernando Haddad.

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