“Não há indícios de qualquer espécie de fraude no sistema ou no funcionamento das urnas.” Essa foi a conclusão da auditoria realizada pela Justiça Eleitoral em oito urnas eletrônicas – seis do Paraná e duas de Santa Catarina –, a pedido do Partido Social Liberal (PSL), do presidenciável Jair Bolsonaro. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), apesar dos problemas apresentados pelos equipamentos durante o primeiro turno, os votos dados pelos eleitores foram computados normalmente.
Ao longo de toda sexta-feira (19), foram auditadas as urnas e os sistemas das seções 654, 655, 664 e 674 da Zona Eleitoral 1 (no Positivo Júnior, em Curitiba); seção 114 da Zona 178 (Escola Estadual Angelo Volpato, em Santa Felicidade, em Curitiba); e seção 292 da Zona 9 (Escola Municipal Vereador José Andreassa, em Campo Largo); além da seção 225 da Zona 84 e seção 262 da Zona 100, em Santa Catarina.
Na petição apresentada pelo PSL, o partido apontou relatos de que as urnas em questão concluíram o procedimento de votação imediatamente após a digitação dos dois números para candidato à Presidência da República, sem que o eleitor digitasse a tecla “confirma”. Também afirmou que circularam pelas redes sociais informações de direcionamento do voto ao candidato Fernando Haddad (PT) e de ausências de foto do candidato Jair Bolsonaro ou mesmo de oportunidade para votação ao cargo de presidente.
A auditoria
Inicialmente, os técnicos da Justiça Eleitoral verificaram a integridade física das urnas: constataram que elas não foram abertas desde o transporte e a lacração e que as assinaturas nos lacres eram dos juízes responsáveis pelas respectivas zonas eleitorais. Na sequência, os equipamentos foram desmontados e houve a retirada das mídias, do flash interno e do flash externo. O material foi “clonado” pela Polícia Federal, de forma a garantir a integridade dos dados.
Então, as mídias clonadas foram inseridas nas urnas e, por meio de um software de verificação, o TRE imprimiu os hashes – resumos digitais gerados ao fim da votação que permitem verificar se os arquivos encontrados em qualquer urna do país correspondem aos arquivos lacrados pela Justiça Eleitoral. Os novos hashes foram comparados com os originais e, por fim, conclui-se que não havia nas urnas nenhum software “trocado”. Também foi validada a assinatura digital dos softwares.
Além dos técnicos da Justiça Eleitoral e da Polícia Federal, a auditoria foi acompanhada por representantes do PSL, PT, PDT e Patriota. Também estiveram presentes durante os trabalhos integrantes do Ministério Público Federal, da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná e de associações ligadas à imprensa.