Representantes do setor ferroviário participaram ontem, no Plenarinho da Assembléia Legislativa, em Curitiba, de uma audiência pública para discutir a situação da Rede Ferroviária Federal. Convocada pela deputada federal Dra Clair (PT-PR), que integra a Frente Parlamentar em Defesa do Transporte Ferroviário, a audiência colocou em pauta três assuntos principais: a intervenção da Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste) no grupo privado Ferropar; a opção de criação de um novo Corredor Oeste para escoamento de cargas e a revitalização do setor ferroviário brasileiro.
O governador Roberto Requião participou da abertura da audiência, reiterando a posição do governo estadual de manter sob domínio do Paraná a Ferroeste. "As ferrovias são instrumentos de desenvolvimento. A Ferroeste foi entregue à iniciativa privada por R$ 23 milhões e isso não foi pago até hoje. O contrato também previa o transporte de 4,7 milhões de toneladas de cargas e isso também não aconteceu. Não foi investido nenhum centavo na ferrovia e por isso intervimos", disse o governador.
Requião, que pela manhã recebeu no Palácio Iguaçu representantes de sindicatos e de federações nacionais de trabalhadores ferroviários que foram manifestar apoio ao governo, foi homenageado na Assembléia. Requião recebeu uma placa dos ferroviário pelo trabalho realizado no setor.
O outro assunto discutido durante a audiência foi a criação de um novo corredor ferroviário, o Corredor Oeste. Segundo Clair, a proposta é alterar o trecho que liga Guarapuava a Ipiranga e torná-lo mais amplo, passando por Guarapuava, Irati, Engenheiro Bley (Lapa) e Iguaçu (Curitiba), atendendo melhor a região central do Estado.
Adotando esta postura, o Brasil perdeu 10 mil quilômetros de ferrovias de 1997 para cá, causando um prejuízo de R$ 8 bilhões.