As oito horas que o pré-candidato tucano a presidente, José Serra, passou ontem na capital mineira foram suficientes para firmar nele e na cúpula nacional do partido uma convicção: o ex-governador Aécio Neves e o PSDB de Minas não estão blefando quando prometem engajamento na campanha para elegê-lo. “Foi muito bom ter aberto a pré-campanha em Minas. A recepção foi fantástica e eu saio daqui muito feliz”, disse Serra a Aécio no abraço de despedida, no fim da tarde.
Àquela altura, o presidenciável já havia discursado para uma plateia de cerca de mil líderes políticos e militantes dos partidos aliados, colhendo os primeiros sinais de boa vontade no segundo maior colégio eleitoral do País. Sua fala foi interrompida 12 vezes por aplausos.
A tática para superar a frustração geral com a ausência de Aécio na corrida presidencial é colar na alternativa paulista um carimbo mineiro. Isso é considerado fundamental para impedir o movimento “Dilmasia” – voto casado para a petista Dilma Rousseff e o governador tucano Antonio Anastasia, que disputa a sucessão estadual.
“Se o candidato não é de Minas, tem de ser o candidato dos anseios de Minas. É esta a transição que tem de ser feita para a campanha deslanchar aqui”, resumiu Aécio. Ao mesmo tempo em que o mineiro dizia a lideranças estaduais de cinco partidos (PSDB, DEM, PPS, PTB e PSC) que “votar em Aécio é votar em José Serra”, o tucano vestia a camisa de candidato de Minas Gerais.