Após um carro ser tombado próximo ao gramado do Congresso Nacional, a Polícia começou a disparar bombas contra os manifestantes que protestam contra a votação da PEC do Teto, a Medida Provisória que reforma o Ensino Médio e mudanças no pacote anticorrupção. Houve correria dos manifestantes, que chegaram em frente ao prédio do Congresso e invadiram o espelho d’água.
Mais de 10 mil pessoas participam da manifestação, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, e gritam palavras de ordem como “Fora, Temer” e “Diretas Já”. . O movimento teve início às 16 horas. Estão no protesto estudantes, representantes da CUT, MST, organizações ligadas às universidades federais, como Sintuff e grupos indígenas.
Estudantes num gigante lençol branco iniciaram a manifestação batizada de “Mar de Gente”. São ao todo 192 estudantes universitários, a maioria da UFMG. No grupo, há também integrantes da UnB.
Após a confusão no gramado da Esplanada dos Ministérios, um grupo de deputados e senadores deixou o Congresso para acompanhar a manifestação. Entre os parlamentares estavam o deputado Pepe Vargas, que foi ministro dos Direitos Humanos da ex-presidente Dilma Rousseff.
Para dispersar os manifestantes, que chegaram a lançar coquetéis motolov e a virar carros, a Polícia começou a disparar bombas de efeito moral e gás lacrimogênio. Houve corre-corre e gritaria. A tropa de choque está de prontidão para agir.
“Está perto de acontecer uma tragédia”, disse o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Ele contou que esteve fora do Congresso e pediu para que haja uma intervenção da presidência da Câmara para que a ofensiva da Polícia pare. Pela estimativa da polícia, cerca de 10 mil pessoas participam do protesto.
Reforma do Ensino Médio
Pela manhã, cerca de 2 mil estudantes se concentravam em frente ao Ministério da Educação. O grupo chegou a tomar uma das pistas da Esplanada dos Ministérios por cerca de 20 minutos, interrompendo o trânsito. Os estudantes se encaminhavam para o outro lado da pista, onde já estava em curso uma outra manifestação, de caminhoneiros.
Alvo de críticas de vários movimentos sociais, a polêmica PEC prevê que o aumento dos gastos do governo esteja atrelado à inflação, para quitar o déficit nas contas públicas que ultrapassa R$ 170 bilhões.