Com 27,3 mil inscritos e 15% de estrangeiros, apesar de seu caráter regional, terminou hoje o Fórum Social Mundial (FSM) Dez Anos – Grande Porto Alegre, que incluiu um seminário de avaliação do evento na última década. Uma síntese do seminário será elaborada por ativistas brasileiros e deve estar disponível dentro de um mês, disse a antropóloga Moema Miranda, coordenadora do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas).
Distribuído em Porto Alegre e seis cidades da região metropolitana, o fórum teve 915 atividades, segundo a organização. As mulheres foram maioria (59,3%) dos inscritos e 34% dos participantes tinham até 27 anos. Entre o público, havia 82 empresários, 306 desempregados e 304 não alfabetizados. O encontro teve 250 jornalistas credenciados de 15 países.
A programação descentralizada do FSM já soma quase 40 fóruns regionais, temáticos e nacionais em 2010. Em 2011, o Fórum Social voltará a ter uma reunião mundial em Dacar, no Senegal. Apesar dos diferentes focos de cada fórum – como crise da civilização e direitos coletivos, entre outros -, os organizadores consideram que a fórmula cumpre sua finalidade.
“Todas as organizações estão saindo daqui com uma proposta de luta”, avaliou Francisco Whitaker, integrante de Comissão Brasileira de Justiça e Paz.
Mesmo com tantos eventos, a burocracia de cada um funciona bem, avaliam os organizadores. “Se é verdade que há vários, é verdade que é mais fácil de organizar”, avaliou Sérgio Haddad, da Ação Educativa. “As organizações estão descobrindo que podem trabalhar juntas e construir consensos”, considerou Whitaker.
Embora não tenha caráter deliberativo, alguns participantes pediram mudanças na metodologia, de forma incluir propostas, e na infraestrutura. Uma delas foi garantir a oferta de produtos locais, orgânicos e gerados pela agricultura familiar no encontro.