Após ter entrado em choque com a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, por causa de investigações contra juízes suspeitos de irregularidades, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, enfrenta agora críticas de uma associação que representa os interesses dos magistrados.

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Uma das entidades que pressionam pelo reajuste no salário dos magistrados, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), reagiu hoje à afirmação de Peluso de que é mais importante aumentar a remuneração dos servidores. A Ajufe também criticou Peluso por ter apoiado o fim das férias de 60 dias dos magistrados.

A associação divulgou uma nota na qual afirma que discorda veementemente das declarações de Peluso e diz que os magistrados estão “absolutamente insatisfeitos com o tratamento que vem sendo dado aos seus direitos e prerrogativas”. “Referidas declarações são infelizes e carecem de legitimidade político-institucional, uma vez que não recebem apoio ou respaldo de nenhum setor da magistratura brasileira”, diz a entidade.

A Ajufe defende a aprovação pelo Congresso de dois projetos de lei que reajustariam os salários do STF dos atuais R$ 26,7 mil para R$ 32 mil. Um reajuste na remuneração do Supremo implicaria em aumentos em cascata para toda a magistratura.

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De acordo com a associação, um artigo da Constituição Federal que determina a revisão anual dos vencimentos estaria sendo descumprido. A entidade calcula que as perdas inflacionárias são de 25% nos últimos seis anos.

“Isso faz com que boa parte dos juízes, absurdamente, receba remuneração mais baixa do que os servidores do Poder Judiciário – seus subordinados hierárquicos – e que agora pleiteiam, com o apoio do presidente do STF, reposição inflacionária de 56%, o que vai aumentar essa inaceitável e incongruente distorção e fortalecer a evidente quebra, inclusive, da hierarquia em um dos Poderes do Estado”, afirma a entidade.

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