O presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio Ribeiro, reuniu-se na manhã desta quarta-feira com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, para pedir apoio para alterar a Medida Provisória 650/2014, que reestrutura a carreira da PF. Os delegados querem empenho do governo para mudar a MP que, na avaliação deles, poderia abrir margem para que outras categorias da PF não se subordinem a eles.

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Editada no dia 30 de junho pelo governo Dilma Rousseff, a medida prevê como ponto principal a concessão de reajuste para agentes, escrivães e papiloscopistas. Esses servidores aceitaram um aumento de 15,8%, escalonado em duas parcelas (2014 e 2015). Mas os delegados estão preocupados com o artigo 2º da MP, que diz respeito às exigências da carreira da PF. A matéria consta da pauta do plenário da Câmara da próxima semana, quando os parlamentares vão se reunir para a primeira semana de votações após o primeiro turno das eleições.

O presidente da ADPF disse ter conversado com Berzoini sobre o assunto. A maior preocupação é que a redação dúbia leve os agentes e outras categorias a entenderem que a carreira da PF é única, sem distinção em relação a dos delegados. A categoria dos delegados discorda e pediu ao deputado João Campos (PSDB-GO), que também é delegado de polícia, para apresentar uma emenda que altera a medida.

“Estamos num processo de negociação com o governo para solucionar o impasse”, afirmou Leôncio Ribeiro, para quem a emenda visa a reafirmar a “hierarquia” do comando dos delegados. O presidente da ADPF disse que, se não houver uma solução política na MP ou outra saída legislativa, a entidade deve recorrer à Justiça para barrar a medida. “Infelizmente, vamos ter que questionar judicialmente”, adiantou.

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Sindicância

O dirigente da entidade disse não ter tratado na conversa com o ministro sobre as críticas dos peemedebistas em razão da operação, realizada na semana passada, por uma equipe da PF que vistoriou uma comitiva do candidato do PMDB ao governo do Maranhão, senador Edison Lobão Filho. A cúpula do partido questionou duramente a ação, com o vice-presidente da República e presidente da legenda, Michel Temer, tendo classificado como “intimidatória”. Até o momento, segundo a reportagem apurou, a sindicância para investigar se houve excessos da equipe da PF ainda não foi aberta.

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