Assembléia vai investigar a compra de votos

O Conselho de Ética da Assembléia Legislativa vai analisar as denúncias de compra e venda de votos para aprovar projetos de interesse do governo na Assembléia Legislativa. Ontem, o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), determinou que as notas taquigráficas da sessão de anteontem sejam encaminhadas ao Conselho.

O parecer do Conselho irá orientar a Mesa Executiva sobre a necessidade de abertura de um procedimento interno para apurar o caso que começou com uma declaração do governador Roberto Requião (PMDB) acusando o deputado do PL, pastor Edson Praczyk, de ter exigido verbas publicitárias no valor de R$ 45 mil mensais para votar a favor do governo em plenário. Na sessão de segunda-feira, dia 13, em pronunciamento, Praczyk apresentou sua versão, em que acusou o secretário da Comunicação, Airton Pisseti, de oferecer verbas para que ele integrasse a base de apoio do governo.

Até ontem, Pisseti não havia decidido se irá hoje à Assembléia Legislativa, que aprovou um requerimento do líder da bancada do PT, Tadeu Veneri, convidando-o a prestar esclarecimentos. O secretário iria consultar o governador Roberto Requião (PMDB) sobre seu comparecimento à Assembléia. O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Dobrandino da Silva (PMDB), disse que não saberia dizer quando Pisseti estaria disposto a responder às perguntas dos deputados.

Meio a meio

Ao contrário do deputado Renato Gaúcho (PDT), que confirmou a versão de Praczyk, os deputados Chico Noroeste e Mauro Moraes, do PL, disseram que não viram Pisseti fazer qualquer proposta a Praczyk, mas que também não têm conhecimento de que o pastor tenha pedido verbas em troca de votos. O ex-líder do governo, Natálio Stica (PT), disse que avisou a todos os deputados da base de sustentação que o governo estava reforçando sua publicidade nas emissoras de rádio e aqueles que quisessem, poderiam indicar emissoras de suas bases eleitorais para receber anúncios oficiais.

Stica disse que os deputados do PL foram conversar com Pisseti, mas não acompanhou a conversa. Entretanto, ficou surpreendido com as acusações de Requião a Praczyk e acha que cabe ao secretário da Comunicação esclarecer o caso.

Já Moraes, que esteve em duas ocasiões com Pisseti, disse que embora não tenha estado presente durante todo o tempo da conversa, não testemunhou nenhuma negociação de votos. "A única coisa que teve foi que quem tivesse uma rádio para indicar para receber inserções do governo, poderia apresentar ao governo que estava divulgando anúncios em todo o Estado, dentro de uma nova política de comunicação", disse Moraes, que ameaçou deixar seu partido, se a direção estadual processar o governador para que comprove suas denúncias.

O deputado Chico Noroeste disse que participou de uma única conversa com Pisseti – a primeira em companhia de Moraes, Praczyk e Renato Gaúcho – e que também não presenciou nenhum tipo de proposta para comprar ou vender votos. Noroeste disse que se o governador fez a acusação, tem que provar. "Para que não fique o dito pelo não dito."

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