Foto: Fábio Alexandre/O Estado

Escassa presença dos deputados às sessões foi o pretexto para suspender os trabalhos até o fim das eleições.

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A partir de hoje, dia 13, até o dia 2 de outubro, ou seja, até o final da campanha eleitoral, a Assembléia Legislativa estará em recesso. Ontem, o presidente em exercício da Casa, deputado Pedro Ivo Ilkiv (PT), anunciou a decisão de suspender as sessões até o dia da eleição, 1.º de outubro, justificando que não há quórum mínimo de 28 deputados para votar ou discutir projetos, já que vários deles estão se dedicando à campanha eleitoral.

O presidente em exercício da Assembléia disse que as ?férias eleitorais? não atrapalham a instalação de duas novas comissões parlamentares de inquérito, protocoladas anteontem e ontem para investigar vínculos entre os governos Lerner e Requião com denúncias de escuta telefônica clandestina.

Ilkiv afirmou que a medida foi adotada após reunião com todas as lideranças de partidos e que consultou também o governador em exercício Hermas Brandão (PSDB). ?Não foi uma decisão individual. Os líderes participaram. E o deputado Hermas disse que é histórico esse procedimento em campanha eleitoral?, argumentou o deputado petista, que está na presidência da Assembléia em substituição a Brandão, o qual assumiu o governo do Estado durante a licença do governador Roberto Requião (PMDB) para a campanha eleitoral.

Antes de Ilkiv anunciar o recesso, o deputado Neivo Beraldin (PDT) pediu que a Mesa Executiva informasse os nomes dos deputados que estão há mais de dez sessões consecutivas sem comparecer ao plenário.

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A deputada Elza Correia (PMDB) também protestou contra as férias eleitorais. ?O Paraná continua com os seus mesmos problemas e demandas. Uma das nossas funções principais é estar no plenário?, afirmou a deputada peemedebista, citando que alguns deputados não aparecem em plenário nem mesmo fora da campanha eleitoral. ?Tem cara que eu lembrei que era deputado quando vi na propaganda eleitoral?, afirmou.

O deputado Tadeu Veneri (PT) considerou equivocada a decisão da Mesa Executiva. Veneri disse que a interrupção das sessões prejudica o cidadão, pois vários projetos de interesse coletivo deixarão de ser apreciados. ?O cidadão que paga o salários dos deputados não pode ser desrespeitado. Deputados que estão faltando porque se dedicam à campanha eleitoral devem ser advertidos pela Mesa Executiva?, afirmou.

Salários

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Na última sessão antes da eleição, os deputados derrubaram um veto do governador Roberto Requião (PMDB) garantindo um reajuste de 46% para o corpo de advogados do Estado. Com a rejeição ao veto, os advogados passam a ter direito ao reajuste concedido a procuradores de Estado e delegados. ?O que não faz uma campanha eleitoral…?, ironizou o líder da oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB).

O aumento dos advogados foi incorporado ao texto do projeto da reestruturação das carreiras de procurador por meio de uma emenda aditiva. O governador vetou a emenda, justificando que o Legislativo não pode criar despesas para o Executivo, muito menos sem averiguar se há recursos para conceder o reajuste.

O presidente da Associação dos Advogados do Poder Executivo, Marcos Stamm, informou que serão beneficiaods 380 advogados, dos quais 220 estão aposentados. Ele disse ainda que a categoria não tem reajuste salarial desde agosto de 95.