Assembléia sem sessões até o final da campanha

A partir de hoje, dia 13, até o dia 2 de outubro, ou seja, até o final da campanha eleitoral, a Assembléia Legislativa estará em recesso. Ontem, o presidente em exercício da Casa, deputado Pedro Ivo Ilkiv (PT), anunciou a decisão de suspender as sessões até o dia da eleição, 1.º de outubro, justificando que não há quórum mínimo de 28 deputados para votar ou discutir projetos, já que vários deles estão se dedicando à campanha eleitoral.

O presidente em exercício da Assembléia disse que as ?férias eleitorais? não atrapalham a instalação de duas novas comissões parlamentares de inquérito, protocoladas anteontem e ontem para investigar vínculos entre os governos Lerner e Requião com denúncias de escuta telefônica clandestina.

Ilkiv afirmou que a medida foi adotada após reunião com todas as lideranças de partidos e que consultou também o governador em exercício Hermas Brandão (PSDB). ?Não foi uma decisão individual. Os líderes participaram. E o deputado Hermas disse que é histórico esse procedimento em campanha eleitoral?, argumentou o deputado petista, que está na presidência da Assembléia em substituição a Brandão, o qual assumiu o governo do Estado durante a licença do governador Roberto Requião (PMDB) para a campanha eleitoral.

Antes de Ilkiv anunciar o recesso, o deputado Neivo Beraldin (PDT) pediu que a Mesa Executiva informasse os nomes dos deputados que estão há mais de dez sessões consecutivas sem comparecer ao plenário.

A deputada Elza Correia (PMDB) também protestou contra as férias eleitorais. ?O Paraná continua com os seus mesmos problemas e demandas. Uma das nossas funções principais é estar no plenário?, afirmou a deputada peemedebista, citando que alguns deputados não aparecem em plenário nem mesmo fora da campanha eleitoral. ?Tem cara que eu lembrei que era deputado quando vi na propaganda eleitoral?, afirmou.

O deputado Tadeu Veneri (PT) considerou equivocada a decisão da Mesa Executiva. Veneri disse que a interrupção das sessões prejudica o cidadão, pois vários projetos de interesse coletivo deixarão de ser apreciados. ?O cidadão que paga o salários dos deputados não pode ser desrespeitado. Deputados que estão faltando porque se dedicam à campanha eleitoral devem ser advertidos pela Mesa Executiva?, afirmou.

Salários

Na última sessão antes da eleição, os deputados derrubaram um veto do governador Roberto Requião (PMDB) garantindo um reajuste de 46% para o corpo de advogados do Estado. Com a rejeição ao veto, os advogados passam a ter direito ao reajuste concedido a procuradores de Estado e delegados. ?O que não faz uma campanha eleitoral…?, ironizou o líder da oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB).

O aumento dos advogados foi incorporado ao texto do projeto da reestruturação das carreiras de procurador por meio de uma emenda aditiva. O governador vetou a emenda, justificando que o Legislativo não pode criar despesas para o Executivo, muito menos sem averiguar se há recursos para conceder o reajuste.

O presidente da Associação dos Advogados do Poder Executivo, Marcos Stamm, informou que serão beneficiaods 380 advogados, dos quais 220 estão aposentados. Ele disse ainda que a categoria não tem reajuste salarial desde agosto de 95.

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