A transformação da Emater em uma autarquia volta ao debate hoje na Assembléia Legislativa, durante reunião convocada pela Comissão de Agricultura, que pretende ouvir o governo e os representantes dos funcionários da empresa. O projeto teve a tramitação suspensa para que a proposta do governo fosse mais discutida pelos deputados, à medida que alguns, mesmo pertencendo à base de apoio do governo, questionaram a conveniência da mudança.
A presidente da Comissão de Agricultura, deputada Luciana Rafagnin (PT), disse que discorda da forma pela qual o governo está conduzindo a discussão da proposta. Na bancada do PT, a matéria tem causado divergências. Alguns deputados do partido são contra a mudança do regime jurídico da empresa, mas outros ainda esperam mais informações para depois se posicionar. "A princípio, somos contra a forma como a matéria chegou e está sendo debatida", disse Luciana Rafagnin.
Ontem, os deputados do partido se reuniram com o secretário nacional da Agricultura Familiar, Valter Bianchini, que expôs à bancada o projeto de extensão rural do governo federal. O secretário disse que não pretendia interferir na posição da bancada, mas observou que o impasse sobre a empresa não interessa a Brasília, já que pode impossibilitar a assinatura de convênios com o governo do Paraná e, por conseqüência, a execução do projeto de extensão rural. Conforme relatou o deputado André Vargas, Bianchini afirmou que o governo federal tem R$ 1,3 milhão disponível para investir na contratação de servidores para realizar o trabalho de assistência aos produtores.
Para a reunião de hoje na Comissão de Agricultura foram convidados o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, e o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti. Na audiência pública, realizada na semana passada, nenhum representante do governo compareceu. Apenas o presidente da Emater, Sabino Campos, passou pela reunião, mas não ficou para o debate com os deputados. Para a reunião de hoje, o líder do governo, deputado Dobrandino da Silva (PMDB), assegurou que haverá participação de representantes do governo.