O secretário estadual de Comunicação Social, Airton Pisseti, está sendo esperado hoje, 11, na Sala das Comissões da Assembléia Legislativa, por um grupo de deputados estaduais escalados para inquiri-lo sobre sua participação na campanha eleitoral do Paraguai. Pisseti está colaborando com a candidatura do ex-bispo católico Fernando Lugo, da União Patriótica para a Mudança, à presidência do Paraguai. A oposição lançou a suspeita de que ele usou recursos públicos para cobrir suas despesas de viagem ao país vizinho, que realiza eleições no dia 20 de abril.
A primeira acusação da bancada de oposição, feita com base em reportagem da revista Isto É, em fevereiro, já foi admitida por Pisseti. Diante de documentos fornecidos pela companhia aérea Gol, obtido pelo deputado Marcelo Rangel (PPS), o secretário reconheceu que trabalhou para Lugo durante o período em que deveria dar expediente no Palácio Iguaçu.
Ontem, o líder do governo, deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), disse que Pisseti vai comunicar hoje aos deputados que pretende ressarcir o Estado pelos dias em que faltou ao trabalho para auxiliar na campanha. Entre setembro de 2007 e fevereiro deste ano, até o início de suas férias, o secretário viajou onze vezes ao Paraguai. A maioria das viagens foram feitas durante dias úteis.
A ida de Pisseti à Assembléia Legislativa resultou de um acordo entre oposição e situação, mediado pelo presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (DEM). Ele determinou que cada bloco indicasse cinco deputados para questionar o secretário na reunião de hoje. Mas ainda não estava confirmado se o encontro de hoje será conduzido por Justus ou pelo presidente da Comissão de Obras Públicas, Transporte e Comunicação, Marcelo Rangel.
Do lado governista, além do líder do governo, estão escalados os deputados peemedebistas Cleiton Quielse e Waldyr Pugliesi, e o petista professor Luizão, atual líder da bancada do PT. A oposição estará representada pelo líder do grupo, Valdir Rossoni (PSDB), Plauto Miró Guimarães Filho (DEM), Elio Rusch (DEM) e Marcelo Rangel.
Informações
Romanelli disse que as explicações de Pisseti devem ser contundentes para aplacar a sede de informações da oposição. ?Espero que o secretário, de forma peremptória, ponha fim aos boatos de que usou recursos públicos nos seus deslocamentos ao Paraguai?, disse.
O líder do governo negou que tivesse prometido informar a Rossoni o número do cartão corporativo pertencente ao secretário. Romanelli disse que, assim como a oposição, está aguardando a resposta ao pedido de informações aprovado em plenário. ?Nós aprovamos o requerimento e eu estou esperando. Não sou o dono do governo. Como não há o que esconder em relação a isso, vamos esperar pelas respostas?, declarou.