O projeto de equiparação salarial dos professores estaduais deve ser um dos primeiros itens da pauta a ser votado hoje pela manhã na Assembléia Legislativa, depois de alguns tumultos ocorridos na sessão de segunda-feira. Na expectativa de que a proposta fosse votada ontem mesmo, conforme anunciada por parte da imprensa, professores e funcionários estaduais que acompanhavam a sessão nas galerias da Assembléia vaiaram os deputados, ao saberem que o projeto só seguiria seu trâmite nesta terça-feira.
O presidente da Assembléia, Hermas Brandão (PSDB), interrompeu a sessão por causa do barulho e dos gritos de "queremos votação". Segundo Brandão, como as duas sessões que ocorreram na última quarta-feira foram suspensas por falta de quórum, as pautas retornaram na mesma ordem em que se encontravam. E como o projeto dos professores estava incluído na segunda sessão de quarta-feira – a sessão extraordinária – a votação do projeto dos professores deve voltar na terça-feira.
O presidente estadual do PT, deputado André Vargas, se dirigiu às galerias onde estavam os manifestantes e disse que os dois projetos de sua autoria – tanto o de equiparação salarial dos professores com outros servidores estaduais, como o de criação do plano de carreira dos funcionários das escolas estaduais do Paraná -devem ser votados hoje.
A coordenadora política da APP-Sindicato, Marlei Fernandes, acusou ontem o governo do Paraná de estar retaliando os dirigentes sindicais da entidade. Segundo ela, dos quinze dirigentes oito não estão sendo liberados de suas atividades docentes pela Secretaria Estadual da Educação (Seed) para exercerem suas atividades no sindicato dos professores.
Porém, de acordo com a Seed, os oito dirigentes não estão mais liberados porque exercem o terceiro mandato. A Seed informou que, pela lei, os sindicalistas tem assegurado o direito de se licenciar e continuar recebendo seus benefícios somente por dois mandatos consecutivos, o que não é o caso desses dirigentes da APP-Sindicato. Segundo a Seed, após ser verificada a situação funcional dos sindicalistas, aqueles que se encontravam com licença remunerada pela terceira vez foram convocados para retomar suas atividades docentes.