A reeleição ou a conquista de uma vaga na Câmara dos Deputados serão os temas dominantes na volta dos deputados estaduais à Assembléia Legislativa, a partir da próxima terça-feira, dia 1.º de agosto, quando será realizada a sessão solene de instalação do último semestre desta legislatura.
O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão (PSDB), irá reunir os partidos para discutir a adoção do esforço concentrado de sessões plenárias nestes dois meses de campanha eleitoral.
Dos 54 deputados, cinco são candidatos a deputado federal – Marcos Isfer (PFL), Ratinho Júnior (PPS), Barbosa Neto (PDT), Angelo Vanhoni (PT) e André Vargas (PT). Apenas um – Renato Gaúcho (PDT) – não disputa a eleição e o único a concorrer na disputa majoritária é o presidente da Assembléia Legislativa. Ele está indicado candidato a vice-governador na chapa à reeleição do governador Roberto Requião (PMDB).
A proposta de Brandão é diferente do sistema adotado pelo Congresso Nacional, que fará apenas duas semanas de sessões entre agosto e setembro. O deputado tucano defende a concentração da pauta em duas sessões semanais, às segundas e terças-feiras, eliminando o trabalho em plenário nos demais dias. Na prática, cairia somente a sessão de quarta-feira, já que a de quinta-feira foi abolida desde as eleições de 2004. É realizada como extraordinária junto com a sessão de quarta-feira.
Neste semestre, além do projeto de orçamento de 2007, que será encaminhado apenas em setembro, não há na programação do governo alguma matéria nova que possa provocar conflitos entre a oposição e a bancada da situação. Mas o Palácio Iguaçu tem pressa na aprovação de três propostas, que já estão tramitando e que podem suscitar polêmica: a emenda constitucional que aumenta de 25% para 30% os investimentos na educação, o aumento de capital da Sanepar e o projeto que regulamenta as licitações no Estado. O secretário da Casa Civil, Rafael Iatauro, afirmou que a intenção do governo é ter os três projetos aprovados antes do final de agosto. Brandão disse que o esforço concentrado não atrapalha o andamento e a votação dos projetos e que assim que forem analisados nas comissões permanentes, serão submetidos ao plenário.
Igual
Para o líder da bancada de oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), não há necessidade de mudança no sistema de trabalho dos deputados. Rossoni considera possível conciliar a campanha eleitoral com a atuação parlamentar se as sessões forem realizadas às segundas-feiras, terças-feiras, e se houver a antecipação da sessão da tarde de quarta-feira para o período da manhã.
Ele avalia que os outros quatro dias da semana são suficientes para os contatos com os eleitores, mesmo para os deputados que se deslocam entre Curitiba e as cidades do interior do Estado. ?Quem achar que não dá para vir, deve se licenciar. Ou então, vamos todos abrir mão do salário porque ganhamos para participar das sessões. Além disso, a vida política do Paraná se concentra na Assembléia e não podemos deixar o debate, neste momento?, afirmou o líder da oposição.