Centenas de pessoas foram ontem à Assembléia Legislativa, se despedir do ex-presidente da Casa Erondy Silvério, morto no último domingo, aos 82 anos, em decorrência de traumatismo craniano provocado por uma queda em sua casa, sábado à noite. O corpo do ex-deputado foi cremado em Campina Grande do Sul, em cerimônia acompanhada pela família.
O velório, no saguão da Assembléia, foi acompanhado por várias lideranças políticas."Erondy Silvério caracterizou sua ação política pela retidão de princípios, pela firmeza na defesa daquilo em que ele acreditava e, sobretudo, pela fidelidade aos compromissos assumidos", disse o presidente da Assembléia, deputado Hermas Brandão (PSDB). "O Erondy era ousado, defendia suas posições com determinação. A par disso, era uma pessoa afável, extremamente generosa", lembrou o vice-governador Orlando Pessuti (PMDB). Para o ex-governador Jayme Canet Júnior, o ex-deputado "era um companheiro leal e muito firme, com quem tive a honra de trabalhar".
Nascido em Guarapuava em 1923, de família pobre, Erondy Silvério radicou-se em Curitiba nos anos 40. Foi cobrador de ônibus e motorista antes de se tornar empresário do transporte coletivo na capital, no início da década de 50.
Integrou a comissão de empresários que negociou com o então prefeito Ney Braga, no começo de 1955, a estruturação do setor.
Elegeu-se vereador de Curitiba, presidiu a Câmara Municipal e exerceu interinamente o cargo de prefeito. Em 1966, elegeu-se deputado estadual e dois anos mais tarde chegou à presidência da AL. Dono de reconhecida habilidade como articulador político, exerceu sete mandatos de deputado, até 1994, além das funções de líder de governo nas gestões de Paulo Pimentel, Ney Braga e Hosken de Novaes. Ainda no sábado, dia em que acidentou-se, participou de um debate na Rádio CBN, onde se posicionou contra a proibição da venda de armas.
Exame
Ao deixar a Assembléia Legislativa e antes de ser levado ao Crematório Vaticano, o corpo de Erondy Silvério passou pelo IML (Instituto Médico Legal), para coleta de material destinado a realização de exame de DNA com fins de reconhecimento de paternidade.
A coleta foi realizada mediante liminar concedida pela Justiça após solicitação de Paulo Andreolo, de 35 anos, que se diz filho do ex-deputado. A mãe do rapaz teria sido ex-funcionária de Erondy.