O veto do governo do Estado ao reajuste salarial retroativo a fevereiro dos professores da rede estadual de ensino será votado hoje pela Assembléia Legislativa.
O líder do governo, Natálio Stica (PT), garantiu ontem que a base aliada terá votos suficientes para manter o veto. “A oposição não tem votos para derrubar”, desafiou o líder. O veto está na Assembléia Legislativa desde o dia 15 de março e a bancada governista se serviu de várias manobras regimentais para adiar a votação neste período.
O veto entra em votação sete dias depois da implantação do Plano de Cargos, Carreira e Salários dos professores, que receberam os salários corrigidos no último dia 1.º. Estrategicamente, o projeto que aumenta o salário dos secretários de Estado não será incluído na ordem do dia para ser apreciado junto com o veto. “Não vamos dar munição para a oposição”, justificou o líder do governo.
A derrubada do reajuste retroativo dos professores e a concessão de um aumento de quase 100% para os secretários é um prato cheio para as críticas dos adversários do Palácio Iguaçu. Para derrubar o veto ao reajuste do magistério, a oposição precisa de no mínimo 28 votos. O líder da oposição, Durval Amaral (PFL), disse que somando os votos dos deputados oficialmente integrados ao bloco de oposição aos dos deputados independentes, seriam 15 votos.
A oposição espera reforçar seu desempenho com o voto de dissidentes da bancada aliada e petista. Ontem à tarde, a bancada de nove deputados do PT se reuniu e recomendou a manutenção do veto. Mas três deputados que haviam se manifestado publicamente contra o veto – Tadeu Veneri, Luciana Rafagnin e Padre Paulo – sustentaram a mesma posição. “Nós buscamos a negociação com a secretaria até o último momento. Não conseguimos avançar e a posição está mantida. Não se trata de uma questão partidária do PT. É do PMDB”, afirmou Veneri, presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa.