Em julgamento que durou cerca de seis horas, no Tribunal do Júri, em Curitiba, Jair Fermino Borracha, acusado de matar o trabalhador rural Eduardo Anghinoni há 13 anos, em Querência do Norte, foi condenado a 15 anos de cadeia em regime fechado. Segundo a assessoria do TJ-PR, a defesa do acusado deverá recorrer da decisão com ele em liberdade. Fermino chegou a ser detido durante o início das investigações, mas foi liberado em seguida.
Eduardo foi morto por engano, pois o alvo deveria ser o seu irmão, Celso, um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na região de Querência do Norte, no Noroeste do Estado. Na data de sua prisão, Fermino estava com uma arma que após os exames de balística, foi comprovada como a utilizada para os disparos.
Nas últimas semanas, diversas lideranças reclamaram de intimidações sofridas por parte de pessoas ligadas ao acusado. No período do assassinato de Eduardo, entre 1994 e 2000, o Paraná registrou as mortes de seis trabalhadores ligados ao MST, além de 47 ameaças de morte e 324 feridos por causa de 134 ações de desapropriações.