PROPINA

As provas do crime: fotos mostram malas de dinheiro da JBS destinadas a Temer e Aécio

Foto: Revista Época.

A revista Época divulgou nesta sexta-feira (4) imagens das malas de dinheiro com propina da JBS usadas nas ações controladas do Ministério Público Federal (MPF) e que foram entregues a intermediários do presidente Michel Temer (PMDB), do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do doleiro Lúcio Funaro. As ações foram autorizadas pelo ministro Edson Fachin, relator do caso JBS no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a reportagem, são dezenas de imagens de malas, pastas e bolsas cheias de dinheiro, em notas de R$ 50 e R$ 100, meticulosamente arrumadas e amarrado com linguinhas de plástico. Uma delas, que continha R$ 500 mil em espécie, é a mesma que foi carregada pelo então assessor especial da Presidência da República Rodrigo Rocha Loures na saída de uma pizzaria, em São Paulo, em ação filmada e divulgada nos principais telejornais, portais de notícia e veículos impressos do país.

O conjunto de fotos vem a público apenas dois dias após a Câmara dos Deputados rejeitar a denúncia por corrupção passiva oferecida contra Temer pelo MPF. A acusação se baseou justamente na ação controlada que flagrou Rocha Loures, chamado de “longa manus” do presidente pelo procurador-geral Rodrigo Janot.

Para o MPF, não há dúvida de que o dinheiro tinha como destinatário Michel Temer, mas a maioria dos deputados federais (263 mais precisamente) entendeu que isso não era relevante e barrou, pelo menos até o fim do mandato do peemedebista, a abertura de ação penal contra ele. Por ocupar a Presidência da República, Temer só poderia ser processado com autorização do Legislativo e no STF, já que tem prerrogativa de foro especial.

Segundo a reportagem, as malas eram providenciadas pelo delator Florisvaldo de Oliveira, braço-direito do lobista Ricardo Saud, executivo da J&F, controladora da JBS, e também delator. De acordo com o valor que seria entregue, Oliveira sabia exatamente o tamanho da mala necessária para acomodar o montante exato de dinheiro. Para entregas a partir de R$ 500 mil, a mala preta era a mais adequada. Acomodava bem meio milhão de reais, até quase R$ 1 milhão em notas de R$ 50, “se observado o método correto de organização de maços”, destaca a reportagem. Mas também foram usadas uma mala cinza, uma mochila e uma pasta preta.

Os cinco pagamentos monitorados pela Polícia Federal e o MPF entre abril e maio deste ano somaram R$ 2,4 milhões. Foram três entregas de R$ 500 mil a Frederico Pacheco, primo de Aécio Neves; uma de R$ 400 mil destinada a Lúcio Funaro e recebida pela irmã dele, Roberta Funaro, e, por fim, a de R$ 500 mil entregue a Rocha Loures e destinada a Temer. Com exceção do presidente, todos os acusados estão respondendo ao processo em liberdade, apesar das evidências materiais divulgadas pela revista Época.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna