O ministro Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), deferiu hoje o pedido da defesa do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM), para que ele receba a visita de um médico particular na cela da Polícia Federal.

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A solicitação foi feita ontem depois que Arruda teve de deixar a prisão, por algumas horas, para ser medicado no Hospital JK. Os advogados alegam que Arruda está com suspeita de trombose, além de problemas com diabetes e circulação. No entanto, policiais federais confirmaram hoje que os exames feitos pelo governador no hospital não revelaram alteração no estado de saúde dele.

Preso há 26 dias por tentativa de suborno a uma das testemunhas do “mensalão do DEM”, Arruda se consultou com um médico na manhã de ontem, após se queixar de dores no tornozelo direito, que operou em novembro após romper o ligamento. O governador afastado é acusado de comandar o esquema de corrupção revelado pela Operação Caixa de Pandora.

Agentes que estiveram com o governador confirmam que o tornozelo dele está “visivelmente inchado”, mas os exames médicos teriam apontado o inchaço como um sintoma “comum” a pacientes submetidos a procedimento cirúrgico.

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Um médico deve visitar Arruda ainda hoje. A defesa quer um laudo comprovando que o governador não tem condições médicas de permanecer na cela da PF. Assim, os advogados pretendem pedir ao STJ uma espécie de prisão médica, numa clínica, ou domiciliar. Essa é a estratégia imediata para tirar Arruda da cadeia, onde ele está desde o dia 11 de fevereiro.

Na quinta-feira passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou o habeas-corpus impetrado pela defesa do governador.

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Trombose

Flávia Arruda, mulher do governador afastado, fez um desabafo ao deixar a sede da Superintendência da PF, onde o marido está preso. Chorando muito e quase sem voz, Flávia reclamou que Arruda não completou o tratamento pós-operatório e está com um edema forte na perna direita, sem placa na safena, sem conseguir ficar de pé há pelo menos dois dias. Segundo ela, o pós-operatório deveria durar quatro meses, mas foi interrompido com a prisão do governador, ficando a fisioterapia limitada a alguns exercícios.

Ela relatou que Arruda fez exame de ultrassom dos pés ontem em um hospital de Brasília e que deverá tomar uma injeção preventiva de trombose.

Além da autorização para que receba a visita de um médico particular na prisão, Arruda também conseguiu autorização judicial para receber a visita da filha mais nova, de pouco mais de um ano. Segundo relato da mulher de Arruda, a filha (Maria Luísa) está com febre e anda pela casa com os sapatos do pai para “matar as saudades”.

O Hospital JK, onde o governador esteve ontem, não divulgará novas informações sobre o atendimento prestado a Arruda.