Virtualmente expulso do DEM, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, estuda com seus advogados a possibilidade de recorrer à Justiça para impedir a punição, prevista para ser concretizada no dia 10.
Nesse dia, a Comissão Executiva Nacional do partido se reunirá para tomar uma posição oficial sobre o caso do governador, filmado recebendo valores que viriam de propinas, mas a decisão política de expulsá-lo já está acertada entre os dirigentes nacionais da legenda.
Na prática, Arruda tenta evitar sua expulsão para não ficar sem a possibilidade de concorrer à reeleição. Desfiliado, não terá mais prazo legal para entrar em outro partido.
Assim, por meio de recursos judiciais, o governador poderia protelar sua expulsão, alegando que o processo é inconstitucional, em uma tentativa de ganhar tempo até a disputa do próximo ano.
Os advogados do governador não quiseram confirmar a estratégia, mas avaliam a possibilidade de apresentar recurso, alegando a inconstitucionalidade do estatuto do DEM no capítulo que estabelece as punições a seus integrantes.
Umas das linhas estudadas é o de cerceamento de defesa. Outra é que o estatuto repetiria o regulamento interno do PFL, antecessor do DEM, tendo sido feito antes da Constituição de 1988. Os advogados se reuniram para discutir o assunto durante a semana e devem voltar a debater as possibilidades neste fim de semana.
O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse que não recebeu ainda nenhuma informação sobre a possibilidade de um recurso de Arruda, de quem é grande amigo pessoal. Mas ele avisa que uma liminar não impedirá que o partido tome a decisão política que considerar mais adequada.