A Procuradoria do Distrito Federal e os advogados que representam o governador José Roberto Arruda (sem partido) ingressarão na Justiça com uma ação criminal e civil contra o jornalista Ricardo Noblat, segundo informou hoje a assessoria de imprensa do governador. O jornalista publicou nota no “Blog do Noblat”, hospedado no site “O Globo Online”, afirmando que um esquema disposto a manter Arruda no governo oferece R$ 4 milhões aos deputados distritais que votem contra o impeachment dele. O governador é acusado de ser o mentor e beneficiário de um esquema de arrecadação de propina de empresas contratadas pelo governo, conhecido como “Mensalão do DEM”.
“Deputados tentados pela oferta exigem o pagamento em dinheiro vivo. E aí mora o principal problema: como entregar várias vezes R$ 4 milhões em espécie? De resto, os envolvidos no esquema do Mensalão do DEM se sentem vigiados pela Polícia Federal (PF) – e por toda sorte de bisbilhoteiros”, afirma a notícia assinada por Noblat. De acordo com assessoria de imprensa de Arruda, a afirmação é “caluniosa e irresponsável e terá que ser provada na Justiça”.
Foi por causa desta notícia que o presidente interino da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT), encerrou a sessão plenária de hoje, que havia sido marcada para eleger o novo presidente da Casa. Segundo o parlamentar, a denúncia coloca todos os deputados distritais sob suspeição. O adiamento frustrou os planos da tropa de choque do governador de retomar o comando da Câmara. Wilson Lima (PR), fiel aliado do governador, tem o apoio da maioria para ser eleito.
A base aliada ao governador Arruda iniciou uma reunião para tentar encontrar uma maneira de reabrir a sessão. Por volta das 19h40, foi anunciado em plenário, por um locutor, que 15 deputados são signatários de um requerimento apresentado à presidência para que Cabo Patrício reabra a sessão em quinze minutos.